O governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), é um estrategista — você pode nem acreditar, mas ele é. No início de janeiro deste ano, em meio à polêmica sobre imunização de crianças contra a Covid-19, ele convocou uma coletiva para dizer que vacinaria seus filhos tão logo fosse autorizada a vacinação para a faixa etária das crianças.
Ele cumpriu a promessa. Levou os dois filhos para tomarem o imunizante pediátrico. Mas estrategista que é, não vacinou os meninos em Maceió, onde reside com a família. Foi para Murici, sua cidade natal. Justificou que iria participar, no dia seguinte, do ato pró-Lula que o Partido dos Trabalhadores estaria organizando na cidade, neste sábado (12).
Mas não participou. Estavam lá o prefeito do município, Olavo Neto (MDB) e o vice-prefeito Remi Filho (MDB), menos o governador. Não caberia, claro. Seria precipitado da parte do chefe do Poder Executivo Estadual sair empunhando bandeira em favor do ex-presidente petista, quando o MDB, seu partido, nem decidiu a quem apoiar para presidente.
O fato é que a escolha de Murici como local de imunização dos filhos é mais um ato político do que um evento sentimental. Renan Filho sabe que a atitude de vacinar as crianças em Maceió poderia ser usada como instrumento de campanha — sim, Renan Filho é um estrategista, mesmo você não acreditando — pelo prefeito de Maceió, João Henrique Caldas — o JHC, do PSB.
E claro, num cenário de “guerra” eleitoral, quem não tiraria proveito de usar as imagens de Renan Filho vacinando os filhos na “terra” de um adversário? A pergunta que deve ser feita é: o governador de Alagoas fugiu de JHC ou ele é mesmo um estrategista?