Existe sabedoria e existe inteligência. Há pessoas inteligentes que nem sempre são sábias, mas todo sábio geralmente costuma ser inteligente. O escritor colombiano e Nobel de Literatura Gabriel García Márquez, que reunia as duas qualidades — sabedoria e inteligência — disse certa vez que toda guerra é burra.
“Diante deste descomunal desperdício econômico, é ainda mais inquietante e doloroso o desperdício humano: a indústria da guerra mantém em cativeiro o maior contingente de sábios jamais reunidos para tarefa alguma na história da humanidade”, disse o autor de Cem Anos de Solidão.
Há alguns dias, o ex-deputado federal alagoano João Caldas da Silva divulgou em suas redes sociais um vídeo em que repudia de forma veemente a invasão russa à Ucrânia, encabeçada por Vladimir Putin, a quem o político considera um ditador “que também sufoca o povo russo debaixo da baioneta e da chibata”.
No início, muitos criticaram as palavras de João Caldas, que ressaltava, entre outras questões, a necessidade de cada cidadão — em qualquer parte do planeta — ter o dever de levantar uma bandeira contra Putin.
Hoje, passados alguns dias da invasão bélica, o mundo inteiro vai tornando sólida a defesa feita por João Caldas. O que prova que o político alagoano foi sábio em suas palavras. Em pleno século XXI, esse tipo de massacre não é bem-vindo, seja ele praticado por qual governo for. Como lembrou Caldas, temos que fazer a nossa parte.
Sejamos sensatos, porque o Putin — que trabalhou no serviço de inteligência da extinta União Soviética — está provando que nem toda pessoa inteligente é necessariamente sábio.