O último aumento de combustíveis pela Petrobras pode inviabilizar o modelo de trabalho dos motoristas por aplicativo, que já começam a falar em uma grande paralisação alinhada com caminhoneiros e entregadores, segundo Eduardo Lima de Souza, presidente da Amasp (Associação de Motoristas de Aplicativos de São Paulo).
O líder dos motoristas afirma que uma paralisação não está descartada. “Ou as empresas, governo do estado e governo federal se mexem ou a categoria e várias outras vão morrer”, afirma.
Com um aumento de quase 20% na gasolina, a carga horária do motorista pode alcançar patamares insustentáveis, ou seja, as companhias podem enfrentar uma crise de falta de mão de obra nos próximos meses.
Em entrevista à imprensa, Eduardo Lima disse que se nada for feito, teremos uma diminuição bem drástica nos motoristas de aplicativos. Para o presidente da Amasp, o novo cenário pode até exterminar a categoria.
O modelo de negócio dos aplicativos de corrida se sustenta em um raciocínio de que basta trabalhar mais horas para ganhar mais. O problema disso é que esse número de horas trabalhadas pode alcançar patamares impraticáveis para cobrir o custo do trabalhador e ainda manter a atividade atraente.
“Não tem como o motorista se sustentar tendo em vista que a gasolina está mais cara que a corrida. Motorista vai ter que tirar dinheiro do bolso para o passageiro chegar no seu destino”, diz Souza.