BRASÍLIA (Reuters) – O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta terça-feira que o Brasil registrou até o momento dois casos da nova variante da Covid-19 que vem sendo chamada de Deltacron –uma recombinação das variantes Delta e Ômicron–, ambos no Norte do país.
“Tudo o que acontece nos países nós observamos. Por exemplo, essa variante, em que seria uma junção da Ômicron com a Delta, a Deltacron, que tem mais na França e em alguns outros países da Europa, nosso serviço de vigilância genômica já identificou dois casos no Brasil, um no Amapá e outro no Pará, e nós monitoramos todos esses casos”, afirmou.
A Deltacron, segundo o ministro, foi classificada como variante de importância e está sendo monitorada pelos serviços de vigilância. Queiroga, no entanto, afirmou que as medidas de contenção são as mesmas adotadas até agora.
“Se eu tivesse que indicar uma medida é aplicar a dose de reforço (da vacina). Se você não tomou a dose de reforço procure uma unidade de saúde”, disse.
Os pesquisadores que identificaram a Deltacron apontam que a variante recombinada não aparenta trazer mais risco e deve ser neutralizada pelas atuais vacinas. Isso porque ela uniu a proteína spike da Ômicron –que facilita a entrada no organismo e, por isso tornou a variante mais contagiosa– com o centro da variante Delta, e não criou mutações que possam driblar as vacinas.
Apesar dos sinais de que a epidemia ainda está longe de acabar, o ministro se reuniu nesta terça-feira com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para tratar da flexibilização do estado de emergência sanitária no país.
Segundo publicou Pacheco em suas redes sociais, o ministro apresentou dados de internações e da vacinação do país para defender o fim do estado de pandemia.
“Diante da sinalização, manifestei ao ministro preocupação com a nova onda do vírus, vista nos últimos dias na China, mas me comprometi a levar a discussão aos líderes do Senado”, disse Pacheco.