O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, foi aplaudido de pé pelos congressistas dos Estados Unidos da América (EUA) ao comparar a invasão do seu país com episódios trágicos da história da nação norte-americana.
O depoimento aconteceu por meio de vídeo, transmitido nesta quarta-feira (16), ao Poder Legislativo dos EUA. Nele, Zelenski pediu apoio do país para reforçar o contingente militar na cidade de Kiev, capital ucraniana, para que ela não sofra a invasão russa. Os dois países europeus estão em guerra desde o dia 24 de fevereiro.
O líder ucraniano voltou a pedir o estabelecimento de uma zona de exclusão aérea sobre o território de seu país, proposta até agora negada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar ocidental. Para isso, fez uso do famoso discurso proferido em 1963 por Martin Luther King.
“Eu tenho uma necessidade: proteger o céu do nosso país. E preciso da ajuda de vocês para isso. É o mesmo que quando vocês dizem a frase ‘eu tenho um sonho'”. Ele também pediu novos pacotes de sanções ao governo e aos oligarcas russos.
Em seu discurso, Volodimir Zelenski, citou outros momentos da história estadunidense, como o ataque japonês à base de Pearl Harbor, em 1941, que matou pelo menos 2.400 pessoas; e do atentado às torres gêmeas, em 11 de setembro de 2021, que matou cerca de 3.000 pessoas.
“O território de vocês também foi atacado, e centenas de inocentes morreram. Lembrem disso. Por oito anos, estamos resistindo contra as agressões russas”, disse, em referência à anexação da Crimeia, em 2014, e aos consequentes conflitos que se estenderam na região do Donbass, de maioria étnica russa, na porção leste do país.
E fez um chamado direto ao presidente Joe Biden. Zelenski agradeceu o apoio do democrata, mas ressaltou que o protagonismo americano no mundo tem seu preço. “Ser o líder do mundo também significa ter de ser o líder da paz”, declarou, nas palavras finais de seu discurso.