Ministério da Economia prevê crescimento de 1,5% do PIB e inflação de 6,55%. Guerra na Ucrânia e seus impactos são ‘riscos a serem monitorados’
O Globo, BRASÍLIA — O Ministério da Economia reduziu sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2022 de 2,1% para 1,5%. A pasta também revisou a estimativa de inflação medida pelo IPCA para 6,55%, taxa acima da prevista anteriormente, de 4,7%.
Os números foram divulgados, nesta sexta-feira, pelo órgão. Esses e outros indicadores macroeconômicos servem de parâmetros para a revisão bimestral do Orçamento, que deverá ser concluída no início da próxima semana.
Para 2023, as projeções para o PIB e a inflação, feitas pela área econômica do governo, são de, respectivamente, um crescimento maior da economia, de 2,5%, e uma taxa menor do IPCA, de 3,25%. No ano passado, a economia cresceu 4,6%, depois de uma queda de 4,1% em 2020, devido aos efeitos da pandemia de Covid-19.
Entre os fatores positivos para impulsionar o crescimento em 2022, o Ministério da Economia destaca a taxa de poupança elevada, a recuperação do setor de serviços, a contínua melhora do mercado de trabalho e o “robusto investimento”, tanto privado como em parceria com o setor público.
No entanto, reconhece que há riscos neste ano a serem monitorados, especialmente a guerra na Ucrânia e seus impactos nas cadeias globais de valor, que já apresentam gargalos devido à pandemia.
“Adicionalmente, o risco da pandemia sobre o crescimento econômico e a inflação continuam sendo avaliados”, diz a pasta.
Segundo o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Pedro Calhman, as projeções já incorporam os efeitos da guerra na Ucrânia, que está sob ataque da Rússia desde 24 de fevereiro. São destaques o aumentos dos preços das commodities, como alimentos e petróleo.
—A guerra será um fator de incerteza para o resto do ano — disse Calhman.
Em fevereiro, a inflação aumentou 1,01%, segundo o IBGE. Foi a maior taxa para o mês desde 2015, quando chegou a 1,22%. Com o resultado, o indicador acumula alta de 10,54% em 12 meses.