Brasil Sem Medo – O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Lula estão tecnicamente empatados na corrida presidencial de 2022, segundo pesquisa realizada pela Futura para o Banco Modal. Tanto na pesquisa espontânea quanto na estimulada, o Mito e o Descondenado dominariam, cada um, mais de um terço do eleitorado, seguidos de longe pelos candidatos da chamada “terceira via”, nenhum dos quais consegue passar de um dígito nas intenções de voto.
Na espontânea, Bolsonaro lidera com 33,9%, secundado por Lula, com 32,9%. Brancos e nulos somam 5,5%. Bem atrás vêm Ciro Gomes (PDT), com 2,7%; Sergio Moro (ex-Podemos, atual União), com 2,4%; André Janones (Avante), com 0,7%; João Doria (PSDB), com 0,5%; Simone Tebet (MDB), com 0,3%; Felipe D’Ávila (Novo), com 0,4%. Há 21,1% de indecisos. Notaram que o Calça Apertada aparece atrás do Janones, aquele deputado que imprimiu o voto para provar que votou contra o voto impresso? Curioso.
Na estimulada, os números se modificam um pouco, mas o empate técnico entre Jair e Luiz Inácio permanece. O petista tem 38,5%, ante 35,5% do atual presidente. Moro vence os brancos e nulos por um triz: 5,3 contra 5,2 pontos percentuais. Depois vêm o Coroné Ciro (5,1%), o deputado da impressão (2,1%), Doria (1,3%), o globalista Eduardo Leite (1,3%), Tebet (1,1%) e D’Ávila (0,3). Os indecisos despencam para 4,2%.
Vale destacar, na pesquisa do Futura, os números de Lula e Bolsonaro conforme regiões do país, renda, escolaridade e religião.
Bolsonaro está numericamente à frente em todas as regiões do país, exceto no Nordeste. No Centro-Oeste, Bolsonaro ganha de lavada: 47,3% contra 29,9% de Lula. No Sudeste, dá empate técnico: 37,0% de Bolsonaro contra 34,0% de Lula. No Norte, o presidente tem 43,5%, contra 39,1% do ex-presidiário. No Sul, outra goleada de Bolsonaro: 37,4% contra 29,6%. A única superioridade de Lula se dá entre os eleitores nordestinos: 51,5% contra 27,1%.
Lula vence entre os eleitores que possuem até o ensino fundamental (43,8% a 31,2%); Bolsonaro lidera por pequena margem entre os que têm ensino médio (39,5% contra 36,2%) e lidera com certa folga entre os que têm ensino superior (37,4% contra 29,6%).
Lula está à frente entre os eleitores que têm renda média de até um salário mínimo (49,7% a 25,7%). Há empate entre os que ganham de 1 a 2 salários mínimos (37,0% para Bolsonaro, 34,4% para Lula). Entre os que ganham de 2 a 5 salários mínimos, Bolsonaro vence com folga: 47,5% contra 26,7%. E também entre os possuem renda entre 5 e 10 salários mínimos: 46,2% contra 26,2%.
Bolsonaro lidera entre os evangélicos (51,2% contra 26,5%) e Lula está à frente entre os católicos (45,0% contra 28,6%).
No caso de um segundo turno entre Lula e Bolsonaro, o Descondenado venceria, segundo a Futura, por 48,6% a 41,6%, caso as eleições fossem hoje. Bolsonaro venceria com folga qualquer outro candidato.
A rejeição de Bolsonaro, conforme a pesquisa, é de 45,6%. A de Lula, 41,1%.
Uma novidade na pesquisa da Futura foi perguntar de quem é a culpa pela alta dos combustíveis. As respostas foram as seguintes: Bolsonaro (25,4%), Petrobras (15,7%), políticos em geral (13,0%), guerra na Ucrânia (11,1%), governadores (9,7%) e covid (5,7%). O problema dessa abordagem é que não contempla a combinação de fatores para a alta.
A Futura realizou 2.000 entrevistas, com margem de erro de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos e confiabilidade de 95%. As entrevistas foram realizadas nos dias 21 a 25 de março de 2022, por telefone, respeitando os critérios de aleatoriedade e das proporções populacionais, de sexo, idade e estado de moradia.
Mas o Lula continua sem poder sair na rua.