Busca incluiu reunião com Abin para investigar passado de José Mauro Ferreira Coelho, ex-secretário de petróleo e gás e homem de confiança de Bento Albuquerque
O Globo – Depois de ver seus indicados para presidência da Petrobras e para o Conselho de Administração da estatal — Adriano Pires e Rodolfo Landim —desistirem dos cargos por risco de conflito de interesses, o presidente Jair Bolsonaro buscou uma solução em quadros de seu governo, numa operação que incluiu até o inédito escrutínio do nome do indicado para dirigir a estatal em 24 horas.
José Mauro Ferreira Coelho, que foi apontado para assumir o comando da estatal, é considerado homem de confiança do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Tem histórico de atuação em cargos da pasta e de estatais de energia e deve ter seu nome confirmado em assembleia geral de acionistas marcada para a próxima quarta-feira.
Bolsonaro também indicou Márcio Andrade Weber, que já é conselheiro da estatal, para presidir o Conselho de Administração da petroleira.
Para evitar o risco de que a nova indicação fosse vetada adiante pelo Comitê de Pessoas da Petrobras, o governo submeteu o nome de José Mauro a um inédito escrutínio de 24 horas, quando seu histórico e experiência foram alvo de um pente-fino. Albuquerque teve até reuniões com a Abin.
Bolsonaro também não queria, de acordo com fontes do governo, um nome bancado pelo Centrão, o grupo de partidos que o apoia e que deu aval à indicação de Pires. O martelo da indicação foi batido em reunião na tarde de terça-feira no Palácio do Planalto, entre Albuquerque e Bolsonaro. A demora na apresentação foi resultado da cautela em relação à checagem.