Senadora do MDB participou de sabatina Folha/UOL com os presidenciáveis
Folha de São Paulo – Pré-candidata à Presidência, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) rejeitou a vaga de vice numa eventual chapa que reúna os partidos da chamada terceira via. A parlamentar participou nesta segunda-feira (18) de sabatina promovida pela Folha e pelo UOL.
“Não sou candidata à vice-presidência. Ao abrir mão da pré-candidatura e aceitar o papel de vice eu estaria diminuindo o espaço das mulheres na política. Se eu não pontuar a ponto de ser cabeça de chapa, não vou ajudar sendo vice. Vou estar nesse palanque como cabo eleitoral”, afirmou Tebet.
Tebet voltou a dizer que o nome desse centro na disputa pelo Planalto será anunciado até o dia 18 de maio. “A pré-candidatura terá rosto, nome e sobrenome. Antes disso, nada pode ser feito nem cobrado”, afirmou.
Como a Folha mostrou, os partidos União Brasil, MDB, PSDB e Cidadania afirmaram no começo deste mês que irão anunciar nessa data quem representará uma candidatura única das quatro siglas à Presidência da República neste ano.
Ainda na sabatina, a parlamentar defendeu o ex-presidente Michel Temer (MDB) e o seu governo e afirmou ainda ele tem atuado como conselheiro de sua pré-candidatura. “O ex-presidente Temer é um bom conselheiro, tem dado orientações. Não vamos esquecer da sua boa gestão”, continuou.
Tebet também minimizou as críticas que recebe de sua candidatura por lideranças do MDB. Em jantar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no último dia 11 em Brasília, um grupo de caciques da legenda fritou a candidatura da parlamentar.
Integrantes do partido fizeram uma comparação entre a senadora e o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles em 2018, que representou o partido na disputa presidencial e acabou o pleito com 1,2%.
Segundo ela, não é possível esperar unanimidade no MDB, mas que haverá “unidade na convenção partidária”.
“Não estou negando as dificuldades dentro do partido. Se fosse fácil, não me chamariam. O maior partido do país não pode ficar inerte nem a reboque de qualquer um que seja”, continuou.
Ela disse ainda que a legenda não tem condições de escolher apoiar o ex-presidente Lula ou o presidente Bolsonaro. “O MDB vai entrar numa fragmentação se não tiver candidatura única.”
Tebet afirmou ainda que sua candidatura é “muito diferente” da de Meire lles, que “era candidato de si próprio”. “Eu fui chamada pelo partido, a maioria absoluta dos diretórios quer candidatura própria. O MDB tem condições de liderar essa frente. Não sou candidata de mim mesma”, continuou.
A parlamentar também disse que não se arrepende de ter votado pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que votaria a favor de um eventual pedido de impedimento contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) e que defende uma atualização da lei de crime de responsabilidade no Brasil.
Ao ser questionada sobre a Lava Jato, a senadora se colocou em cima do muro —não defendeu, nem criticou. “Não fico nem a favor nem contra a questão da Lava Jato. Ela cumpriu um papel importante, escancarou verdadeiros escândalos de corrupção, não adianta o PT dizer que não houve”, afirmou.
Por outro lado, diz que houve “excessos do rito processual”. “Não tenho dúvida nenhuma disso. Tenho um bom relacionamento com o [ex-juiz Sergio] Moro e quero acreditar que houve boa-fé. Mas aí tem que perguntar para ele, para os membros do Ministério Público, do Judiciário, para ver se houve má-fé ou boa-fé”, continuou.