Fundador do Wikileaks enfrenta acusações de espionagem nos Estados Unidos, após publicações de dados sobre guerras do Afeganistão e Iraque
Nesta quarta (20), o Tribunal de Magistrados de Westminster, em Londres, autorizou a extradição de Julian Assange, fundador do site WikiLeaks, para os Estados Unidos. O responsável pela ordem é o secretário do Interior do Reino Unido, Priti Patel.
Em terras americanas, Assange responderá por acusações de espionagem. Em seu site, Assange publicou documentos confidenciais sobre as guerras no Afeganistão e do Iraque. O australiano, fundador da página WikiLeaks, divulgou, segundo o governo norte-americano, entre os anos de 2010 e 2011, cerca de 250 mil mensagens diplomáticas e mais de 500 mil documentos confidenciais.
Há três anos Assange está detido na prisão de Belmarsh, desde que foi levado da embaixada equatoriana na capital inglesa. Desde que foi para o Reino Unido, ele tem tentado evitar a extradição. Em janeiro de 2021, um juiz distrital proibiu o movimento, justificando que ele corria risco real de suicídio.
No entanto, os EUA foram autorizados a apelar da decisão e o Supremo Tribunal decidiu a seu favor. No mês passado, a mais alta corte do Reino Unido, a Suprema Corte, confirmou que a equipe de Assange não poderia apelar da decisão de extraditá-lo para os Estados Unidos.
Em dezembro do ano passado, porém, a Justiça do Reino Unido aprovou um pedido de recurso dos Estados Unidos para a extradição de Julian Assange. Alvo de 18 acusações criminais nos EUA, ele pode pegar 175 anos de prisão.
Agora, os advogados de Assange têm quatro semanas para apresentar pedidos a Patel. Também há a possibilidade de recorrerem ao Supremo Tribunal daquele país.
Em alguns dos documentos vazados no WikiLeaks, Assange afirma mostra que o governo dos Estados Unidos grampeou o telefone da ex-presidente Dilma Rousseff, quando ela estava no poder, além de outros 29 membros do governo brasileiro da época. Um dos telefones grampeados era o presente no avião presidencial brasileiro.