Presidente havia atacado acordo de aplicativo com o TSE; empresa nega que lançamento tenha sido pedido da Corte
Representantes do Whatsapp, em reunião com o presidente Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto, confirmaram, nesta quarta (27), que o lançamento dos novos recursos da plataforma no Brasil, incluindo os megagrupos, que serão chamados de “Comunidades” somente serão lançados após as eleições. Porém, ao contrário do que foi noticiado, não é um acordo firmado com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“A data de lançamento deste recurso no Brasil foi tomada exclusivamente pela empresa, tendo em vista a confiabilidade do funcionamento do recurso e sua estratégia de negócios de longo prazo. Essa decisão não foi tomada a pedido nem por acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)”, disse a empresa, em nota divulgada após o encontro.
A empresa ainda afirmou que não há uma data definida para a liberação dos recursos no país e que estuda internamente para definir, mas que será após as eleições de outubro.
Estavam presentes na reunião o ministro das Comunicações, Fábio Faria, e quatro representantes do WhatsApp: Dario Durigan (head de Políticas Públicas para o WhatsApp na Meta Brasil), Guilherme Horn (head do WhatsApp no Brasil), Murillo Laranjeira (Public Policy Director na Meta Brasil) e Eduardo Lopes, (Public Policy Manager na Meta Brasil).
Bolsonaro havia criticado publicamente o que chamou de “acordo” com o TSE, dizendo ser “inaceitável”.
De acordo com Fábio Faria, a empresa relatou na reunião que não há data definida para inaugurar o novo recurso em nenhum país.
“Eles não têm essa data em nenhum lugar do mundo. Eles não começaram a implementar esse novo recurso. Eles acham que isso vai ocorrer no segundo semestre. Não tem um mês, não tem nenhuma precisão em relação a isso”, disse.
Farias também revelou que, após ouvir a explicação da empresa, Bolsonaro entendeu as motivações e afirmou que o governo não interferirá no mercado.
“O presidente, depois que ouviu isso deles, ele entendeu completamente. Sendo uma decisão da empresa, é uma decisão do mercado. Não tem porque nem como o Poder Executivo”, completou.