Ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin deixou PSDB e se filiou ao PSB para disputar eleição presidencial como vice na chapa a ser encabeçada pelo petista Luiz Inácio Lula da Silva.
Logo em que a possível aliança entre Lula e Alckimin para as eleições deste ano foi noticiada, muitos estranharam. Ora, os dois foram ferrenhos adversários políticos em outros momentos do Brasil. Mas, de acordo com o ex-presidente, isso não passa de “política”.
“De vez em quando, Alckmin, alguém fala: ‘Ah, mas o Lula e o Alckmin já divergiram. Por que eles agora estão juntos?’ Porque isso chama-se política. Isso chama-se maturidade. Isso chama-se compromisso com este país e compromisso com o povo brasileiro”, disse Lula.
A declaração foi dada nesta quinta (28), na abertura do congresso do PSB em Brasília. Alckimin, logo depois, afirmou que, hoje, estar junto com o petista em uma eleição é cumprir um “dever” com o povo brasileiro.
“Hoje estamos unidos por um dever. A política é aliada ao interesse público, ao interesse das pessoas, que é mudar o Brasil, recuperar este país”, declarou Alckmin.
O evento na capita federal contou com a presença de governadores, prefeitos, deputados e senadores da sigla, além de dirigentes do PT, numa sinalização de harmonia para o certame de outubro.
Em seu discurso, Lula citou alguns dos pontos que abordará, caso seja eleito. Seu adversário político, Bolsonaro não foi poupado de críticas pelo ex-presidente.
“Nós vamos ter quatro anos e nós vamos ter que fazer em quatro anos o que seria necessário fazer em 40”, afirmou, dirigindo-se a Alckmin.
“Nós temos um presidente que não tem sentimento, nós temos um presidente que não respeita as instituições. Ele não respeita a Câmara, não respeita o Senado, não respeita a Suprema Corte, não respeita sindicato, não respeita quilombolas, não respeita mulher, não respeita LGBT, não respeita ninguém. Não conversa com governador, não conversa com prefeito, ele só sabe conversar com seus comparsas milicianos, e contar sete mentiras todo dia”, complementou o ex-presidente.
Alckimin também criticou o atual governo, afirmando que Bolsonaro “despreza a vida humana”.
“É inaceitável que tenhamos um governo que despreza a vida humana, que enquanto o povo sofre está fazendo motociata, andando de moto, gastando e torrando dinheiro público, andando de jet-ski, com o povo desempregado, sofrendo, com saudade da tortura e da violência. Não, não se constrói um país assim”, afirmou.
O ex-presidente afirmou ainda que, se eleito, acabará com o que chamou de “podridão” do chamado “orçamento secreto” no Congresso.
“Na verdade, hoje os ministros para liberar, para pedir dinheiro, não ligam mais para o presidente, não ligam mais para o Ministério do Planejamento. Ligam para o presidente da Câmara, que ele vai liberando os pouquinhos de emenda””, disse o petista.
Em relação ao aumento dos preços dos combustíveis, o ex-presidente disse que os preços não podem estar atrelados ao dólar porque os brasileiros recebem salários em reais e não na moeda norte-americana.
“Na crise econômica de 2008, o barril do petróleo chegou a US$ 147, e a gasolina, para você colocar no seu carro, era apenas R$ 2,60 porque não tem nada de dolarizar o preço do combustível, nada de dolarizar o preço do gás, o preço do óleo diesel, porque o custo com a Petrobras é em real, o salário do trabalhador é em real, o custo da prospecção é em real. Então, esse negócio de dolarizar é para juntar mais dinheiro, para pagar mais dividendo para o acionista, sobretudo os acionistas de Nova York”, declarou.