Comissão de Valores Mobiliários diz que houve fraude em relatórios de sustentabilidade e segurança enviados pela mineradora
Poder 360 – A SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos) divulgou na última 5ª feira (28.abr.2022) que move uma ação contra a mineradora Vale por suspeita de fraudes em laudos das operações em Brumadinho.
O rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em janeiro de 2019, foi responsável por 270 mortes, além de danos ambientais, sociais e econômicos.
Em comunicado oficial, a SEC diz que a empresa teria enviado, em 2016, certificados e auditorias de segurança fraudulentos, e manipulado o mercado.
De acordo com a SEC, a mineradora sabia que a barragem de Brumadinho não atendia aos padrões de segurança internacionais de segurança. Na época, a Vale informou não haver riscos.
Os relatórios de sustentabilidade enviados pela companhia servem para a tomada de decisões dos investidores. “Ao manipular esses dados, a Vale agravou os danos sociais e ambientais causados pelo rompimento da barragem de Brumadinho”, disse a SEC.
A mineradora teria levantado mais de US $ 1 bilhão na bolsa de valores de Nova York “enquanto supostamente ocultava os riscos ambientais e econômicos”.
Ainda na 5ª feira, a Vale confirmou o processo. Nega, no entanto, as alegações e diz que “defenderá vigorosamente este caso”.
Leia a nota da Vale:
“A Vale confirma que hoje a Securities and Exchange Commission dos Estados Unidos (“SEC”) iniciou ação judicial contra a Companhia no Tribunal Distrital para o Distrito Leste de Nova York, nos Estados Undios, alegando que certas divulgações da Vale violaram as leis de valores mobiliários dos Estados Unidos.
O processo foca em divulgações relacionadas à gestão de segurança de barragens da Vale anteriormente ao trágico rompimento da barragem em Brumadinho, Minas Gerais, Brasil, em janeiro de 2019.
A Vale nega as alegações da SEC, incluindo a alegação de que suas divulgações violaram a lei dos Estados Unidos, e defenderá vigorosamente este caso. A Companhia reitera o compromisso que assumiu logo após o rompimento da barragem, e que a tem guiado desde então, para a remediação e a reparação dos danos causados pelo evento.”