Processo de expulsão seria mais lento, e presidente da legenda em SP decide aceitar pedido de afastamento feito anteriormente pelo parlamentar
Folha de São Paulo – O PSB de São Paulo desfiliou o vereador Camilo Cristófaro da legenda.
Para adotar um rito sumário, o presidente do partido em SP, Jonas Donizette, aceitou um pedido que o parlamentar fez de afastamento dos diretórios municipal e estadual da agremiação, no dia 28 de abril.
Cristófaro não falava claramente em desfiliação, mas citava o artigo 17, paragrafo 6º, da Constituição, que permite o desligamento partidário com a anuência da direção da agremiação.
“Ele já vinha me ligando, afirmando que queria a desfiliação. Estávamos tentando segurá-lo. Mas, diante do fato gravíssimo de manifestação de racismo, que vai contra os princípios do PSB, o desligamento foi aceito”, afirma ele.
Cristófaro, segundo Donizette, não faz mais parte dos quadros do PSB e não estará na lista de filiados e candidatos para as próximas eleições.
Durante sessão da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Aplicativos da Câmara Municipal de SP, foi possível ouvir conversa em que Cristófaro diz “não lavaram a calçada. É coisa de preto, né?”. Ele participava virtualmente do encontro.
Como mostrou o Painel, os deputados federais Marcelo Freixo (RJ), Danilo Cabral (PE) e Milton Coelho (PE), do PSB, entraram com representação na comissão de ética do partido pedindo a expulsão do vereador.
Com a medida de Doniztte, no entanto, o processo se torna desnecessário.
“Um processo de expulsão levaria um tempo muito maior, com direito ao contraditório, ampla defesa. Como Cristófaro já queria sair da legenda, nós nos antecipamos e aceitamos a desfiliação”, afirma ele.