Para editor do Valor Econômico, corrosão da economia é “o calcanhar de Aquiles” do governo Bolsonaro durante as eleições.
Está cada vez mais difícil fechar as contas no azul no Brasil. Com o poder de compra do brasileiro cada vez menor, com março tendo o maior índice de inflação do período desde 1994, o salário mínimo fica cada vez mais diminuto na hora das compras.
Segundo cálculo feito pelo editor executivo do jornal “Valor Econômico”, Sergio Lamucci, após a compra de uma cesta básica, sobra apenas R$ 74 para quem recebe apenas um salário mínimo. E, com a prévia do IPCA-15, a expectativa é que sobre ainda menos dinheiro nos próximos meses.
“No IPCA 15 de abril, 78% dos itens subiram. É o mais alto desde fevereiro de 2003. Ou seja, a inflação está disseminada, os serviços estão subindo, os bens industriais estão subindo. É uma inflação que não se restringe ao alimento, e esse é o maior drama de hoje”, explica Lamucci.
Para Sergio, a diminuição do poder de compra do brasileiro é o “calcanhar de Aquiles” do atual governo federal para sua tentativa de reeleição neste ano. Bolsonaro será o primeiro presidente que terminará um mandato com o valor do salário mínimo mais baixo do que quando começou o governo.
Segundo Lamucci, isso indicaria as manobras do presidente “para tirar o foco da economia.”
“Isso ajuda a explicar porque essa tentativa de se descolar da responsabilidade pelo aumento do preço dos combustíveis. Agora, o eleitor costuma identificar a inflação com quem está no poder. Isso é o que assusta o presidente, então ele tenta fazer esse malabarismo de afastar qualquer responsabilidade pelo que ocorre com os preços dos combustíveis.”