Expectativa anterior era de crescimento próximo a zero, na casa dos 0,6%
CNN – O Goldman Sachs revisou para cima a previsão do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2022. Segundo relatório divulgado nesta sexta-feira (13), a expectativa agora é de alta em 1,5%; antes, o banco norte-americano esperava crescimento próximo a zero, em 0,6%.
O otimismo foi amparado pelo conjunto de indicadores econômicos relativos ao primeiro trimestre, mesmo diante da escalada da inflação e da queda do poder de compra.
De acordo com relatório, o setor de serviços, duramente afetado pelas medidas de restrição da pandemia, foi o que mais impulsionou a revisão para cima.
Segundo pesquisa do Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês), divulgada no começo deste mês, abril teve o maior crescimento para o setor desde 2007, com leitura a 60,6, ante 58,1 de março. Resultados acima de 50 indicam expansão da atividade.
O relatório do Goldman Sachs ainda destaca que a melhora na previsão também foi puxada por um fortalecimento do mercado de trabalho. O mês de março, por exemplo, foi o primeiro a superar os níveis de ocupação pré-pandemia, apontou um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão vinculado à estrutura do Ministério da Economia.
A curta duração da onda da variante Ômicron e incentivos, como redução de impostos e programas sociais, a exemplo do Auxílio-Brasil e Auxílio-Gás, também ajudaram a elevar as expectativas.
Ainda assim, o banco norte-americano alerta que o segundo semestre será “difícil”, com impactos que também serão sentidos pelo PIB de 2023.
O alerta soa por causa de condições financeiras mais apertadas das famílias brasileiras, inflação a dois dígitos, nível recorde de endividamento e, sobretudo, barulho e incerteza gerados pela polarizada eleição presidencial em meados de outubro.
“Esperamos que a economia se expanda no primeiro semestre, mas enfrente intensos ventos contrários no segundo semestre, que serão sentidos 2023”, disse em relatório.
Diante desse cenário, o Goldman Sachs revisou para baixo o PIB do ano que vem a 0,9%, antes esperado em 1,2%.
*Sob supervisão de Ana Carolina Nunes