O publicitário Sidônio Palmeira também já trabalhou para Fernando Haddad em 2018 e elegeu por duas vezes o governador da Bahia, Rui Costa
BSM – O novo marqueteiro do pré-candidato à presidência, Lula, escolhido há duas semanas, é acusado pelo Ministério Público da Bahia de participar de um esquema de corrupção que desviou R$ 7,5 milhões dos cofres públicos. O publicitário Sidônio Palmeira também já trabalhou para Fernando Haddad em 2018 e elegeu por duas vezes o governador da Bahia, Rui Costa.
De acordo com levantamento da Revista VEJA, Palmeira é dono da Leiaute Propaganda, que em 2006 venceu uma licitação para prestar serviços de propaganda à Câmara dos Vereadores de Salvador. A contratação foi objeto de uma auditoria do Tribunal de Contas dos Municípios da Bahia, que identificou uma série de fraudes.
Entre as irregularidades está a falta de prestação de contas da empresa pelo dinheiro recebido. Segundo a VEJA, os promotores denunciaram o marqueteiro por enriquecimento ilícito e pediram o bloqueio das contas bancárias e ativos dele e da Leiaute. Além do publicitário, o inquérito investiga o presidente da Câmara à época.
As investigações dizem que o contrato inicial com a empresa de Palmeira era de R$ 2 milhões. Valor que foi sendo reajustado, em alguns meses, sem quaisquer explicações até atingir R$ 7,5 milhões, um acréscimo de 375%.
O marqueteiro atribuiu o caso a uma falha dos vereadores na prestação de contas, mas não convenceu o MP, que desde 2018 pede a devolução de parte do dinheiro desviado.
À VEJA, o publicitário disse que as acusações não têm fundamentação e nega totalmente o envolvimento no esquema.
A denúncia do MP está parada há mais de quatro anos na 5ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Salvador. Em abril deste ano, a promotora Nívia Carvalho cobrou o andamento da ação, mas até a semana passada, a consulta continuava sem resposta, segundo apurou a VEJA.
Sidônio Palmeira passa a integrar o rol de marqueteiros que trabalharam para o PT e foram alvos de graves acusações.
Em 2005, o publicitário Duda Mendonça, que elegeu Lula em 2022, foi ouvido pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigava o escândalo do mensalão. Mendonça era acusado de receber seus honorários por uma conta secreta no exterior. Mendonça acabou admitindo ter recebido R$ 10 milhões, via caixa dois, em uma conta nas Bahamas.
Em 2006, o posto de marqueteiro de Lula foi ocupado por João Santana, ex–sócio de Duda Mendonça. Santana reelegeu Lula, e elegeu e reelegeu Dilma Rousseff em seguida.
Em 2017, a Operação Lava-Jato descobriu que Santana mantinha em vigor as mesmas práticas do antecessor. O marqueteiro foi preso e confessou ter recebido cerca de R$ 38 milhões em contas secretas no exterior. A exemplo do ex-sócio, Santana também confirmou que Lula e Dilma sabiam do esquema.