As sete economias mais industrializadas do planeta prometem injetar recursos para ajudar a curto prazo o país invadido pela Rússia, em 24 de fevereiro.
G1 – Reunidos em Königswinter, no oeste da Alemanha, os ministros de Economia dos sete países mais industrializados do mundo (Estados Unidos, Japão, Canadá, França, Itália, Reino Unido e Alemanha) calcularam o valor da contribuição de cada membro. Para ajudar a Ucrânia, o grupo propõe um financiamento a curto prazo, que asseguraria a liquidez do país para o trimestre atual. O Banco Mundial prevê que a guerra provocará perdas estimadas em 45% à economia ucraniana.
O governo da Ucrânia afirmou que precisa de US$ 15 bilhões nos próximos três meses para financiar suas operações, incluindo o pagamento de salários, já que a guerra provocou um colapso da arrecadação fiscal ucraniana. Os recursos prometidos pelo G7 ultrapassariam essa quantia, somando US$ 18,4 bilhões.
Alemanha promete € 1 bilhão
Anfitrião da reunião em Königswinter, nos arredores de Bonn, o ministro alemão das Finanças, Christian Lindner, anunciou nesta quinta-feira (19) que a Alemanha contribuirá com € 1 bilhão em ajuda financeira para a Ucrânia. Lindner falou que a verba, diferente de um empréstimo, não têm de ser devolvida.
A Alemanha é a maior economia da Europa e ocupa atualmente a presidência do G7. Segundo um levantamento do Instituto de Economia Mundial de Kiel, a Alemanha é o quarto país que mais ajudou diretamente a Ucrânia neste ano, com € 2,3 bilhões, incluindo apoio financeiro, militar e humanitário.
Em primeiro lugar estão os Estados Unidos, com € 42,9 bilhões e em segundo está o Reino Unido, com € 4,8 bilhões. A Polônia chega em terceiro, com € 2,6 bilhões.
O nível da ajuda muda se for levada em consideração o PIB de cada país, de acordo com o documento. Nesse caso, a Alemanha se posicionaria em 14º lugar entre as 37 nações ocidentais que se comprometeram, até o dia 10 de maio, a apoiar Kiev. A ajuda oferecida pela Alemanha corresponde a apenas 0,06% do Produto Interno Bruto do país.
Nesse caso, os países que mais contribuíram são, pela ordem, a Estônia, com 0,8% do PIB; Letônia, com 0,7%, e Polônia, com 0,5%. Os Estados Unidos ocupam o quarto lugar: a ajuda à Ucrânia corresponde a 0,2% de seu PIB.
O G7 também discutiu respostas às consequências da guerra na Ucrânia para a economia mundial, que é afetada pela invasão russa e pelas consequentes sanções contra Moscou.
A ofensiva russa provocou um forte aumento dos preços de energia, das matérias-primas e dos produtos agrícolas nos mercados mundiais. Num contexto de agravamento da inflação e de ameaça de crise alimentar em alguns países, o FMI cortou a sua previsão de crescimento global para 3,6% este ano, em comparação aos 4,4% previstos em janeiro.
Comissão Europeia promete € 9 bilhões
A Comissão Europeia disse que se compromete em investir até € 9 bilhões em “assistência macrofinanceira na forma de empréstimos”, com prazos e juros especiais. A longo prazo, a Comissão planeja colocar em prática um programa de reconstrução da Ucrânia financiado na maior parte pela União Europeia.
Paralelamente, o governo britânico disse nesta quinta-feira (19) que deve contribuir com quase € 60 milhões “para ajudar a garantir o fornecimento de eletricidade aos ucranianos”, através do Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento (BERD). O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, afirmou antes da reunião que as ajudas financeiras japonesas de curto prazo à Ucrânia seriam duplicadas para US$ 600 milhões.
Senado americano aprova ajuda
Nesta quinta-feira, o Senado dos Estados Unidos aprovou um pacote de US$ 40 bilhões de ajuda à Ucrânia. O texto agora deve ser assinado pelo presidente americano, Joe Biden. A verba inclui apoio militar, econômico e humanitário à Ucrânia. Deste dinheiro, US$ 7,5 bilhões são destinados a preencher as lacunas orçamentárias de Kiev.
Durante a reunião do G7, a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, ressaltou que os ministros das Finanças concordaram em fornecer à Ucrânia os recursos financeiros necessários na luta do país contra a invasão da Rússia.