Na segunda-feira, moeda norte-americana fechou em alta, a R$ 4,7956.
G1 – O dólar opera em forte alta nesta terça-feira (7), com os mercados monitorando as negociações sobre a nova proposta apresentada pelo governo para tentar baixar os preços dos combustíveis e refletindo temores internacionais de altas mais agressivas nas taxas de juros.
Às 10h37, a moeda norte-americana subia 2,33%, a R$ 4,9074. Veja mais cotações.
Na segunda-feira, o dólar fechou em alta de 0,35%, a R$ 4,7956. Com o resultado, a moeda passou a acumular alta de 0,93% no mês. No ano, tem desvalorização de 13,98% no ano frente ao real.
O que está mexendo com os mercados?
No exterior, os investidores seguem monitorando pistas sobre a magnitude dos aumentos das taxas de juros nas grandes economias à medida que tentam domar a inflação crescente. Juros mais altos nos EUA tendem a valorizar o dólar, já que elevam a atratividade da dívida norte-americana, considerada a mais segura do mundo.
Os preços do petróleo eram negociados em leve queda nesta terça, mas o barril do tipo Brent seguia perto de US$ 120.
Por aqui, o foco está na proposta para tentar baixar os preços dos combustíveis. O presidente Jair Bolsonaro anunciou que o governo federal aceitará ressarcir os estados pelas perdas de arrecadação com o projeto de lei que estabelece uma alíquota máxima para o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre os combustíveis. Essas transferências representariam um custo entre R$ 25 bilhões e R$ 50 bilhões, mas a fonte dos recursos ainda não foi detalhada.
“O governo busca alternativas nada ortodoxas para a redução do preço dos combustíveis. O impacto desinflacionário de curto prazo seria inegável, porém o custo fiscal e ao resultado do Tesouro certamente pressionarão ainda mais os juros no Brasil”, avaliou Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, em relatório.
Na véspera, o Banco Central divulgou uma atualização da Pesquisa Focus, que estava suspensa desde o início da greve dos servidores da instituição, em 3 de maio. O mercado financeiro elevou de 7,89% para 9% a estimativa para a inflação neste ano.
Para a taxa de juros, o mercado manteve em sua estimativa 13,25% ao ano no final de 2022. Já para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) deste ano, a expectativa agora é de avanço de 1,5%. Para 2023, a estimativa foi reduzida para 0,47%. A projeção para a taxa de câmbio no fim de 2022 subiu de R$ 5 para R$ 5,05. Para o fim de 2023, avançou de R$ 5,04 para R$ 5,10 por dólar.