Ex-policial Sérgio Roberto de Carvalho está detido desde 21 de junho na cidade de Budapeste; Ministério Público do país solicitou o envio do mandado de prisão internacional
O Globo – Autoridades da Hungria pediram ao governo brasileiro nesta quarta-feira o envio de documentos para poder extraditar Sérgio Roberto de Carvalho, um ex-policial apelidado de “Pablo Escobar brasileiro”. Descrito pela polícia brasileira como um dos “maiores traficantes internacionais”, ele está preso desde 21 de junho em Budapeste, a capital húngara.
“O Ministério Público pediu às autoridades brasileiras que enviem os dados relativos ao mandado de prisão internacional”, informou o órgão da Hungria, de acordo com a Agência Efe.
A solicitação foi feita após o Tribunal de Budapeste ter confirmado em segunda instância o parecer que autorizava a extradição do brasileiro. O advogado de Carvalho havia entrado com um recurso.
O ex-policial é suspeito de comandar uma organização de tráfico de cocaína para a Europa. Dois dias após ser preso, ele se apresentou ao judiciário húngaro. Na ocasião, o magistrado afirmou que Carvalho havia sido preso com base em um alerta vermelho da Interpol emitido por um tribunal brasileiro em novembro de 2020.
A ordem de prisão de Carvalho foi emitida no âmbito da Operação “Enterprise” e permitiu o confisco de “mais de 500 milhões de reais (cerca de 100 milhões de dólares no câmbio atual) da organização criminosa que ele liderava”, disse a polícia brasileira.
A polícia húngara informou que havia sido avisada por parceiros internacionais de que Carvalho estava no país, mas que a investigação foi dificultada porque o acusado tinha dez documentos de identidade diferentes.
Carvalho é acusado de estar envolvido no tráfico de 45 toneladas de cocaína do Brasil para a Europa entre 2017 e 2019 e de ter lavado milhões de dólares por meio de várias empresas de fachada.
Segundo a agência AFP, a defesa de Carvalho alega que o processo contra ele se deu por motivos políticos e seu advogado argumentou que no Brasil ele não teria um julgamento justo.
Procurada pelo GLOBO, a Polícia Federal ainda não informou sobre o pedido do documento.