Presidente nega querer ruptura e volta a criticar Fachin por ministro ter citado risco de “novo Capitólio”*
CNN – O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), afirmou neste domingo (17) que ainda aguarda uma possível reunião com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre propostas de mudanças no processo eleitoral brasileiro.
O presidente criticou a postura da corte e declarações recentes do presidente do TSE, o ministro Edson Fachin.“Nós continuamos querendo essa reunião”, disse o presidente, em conversa com jornalistas em frente ao Palácio do Alvorada.
“Parece que eles (TSE) estão dispostos daqui a 15 dias, ou seja, continuam esticando a corda até chegar o momento onde você não possa fazer mais nada, você tem que aceitar a proposta deles.”
Bolsonaro lembrou uma afirmação que Fachin fez no início do mês, durante viagem a Washington, nos Estados Unidos, quando disse que o Brasil corria o risco de registrar um episódio “ainda mais agravado” do que a invasão do Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, quando partidários de Donald Trump entraram no Congresso norte-americano e provocaram cenas de violência e tumulto.
“O que nós queremos é que acabem as eleições e os dois lados não tenham nenhuma dúvida. Porque quando o Fachin fala que pode ter um novo Capitólio aqui, o que ele quer dizer com isso? Só faltou ele falar ‘Lula Presidente’ e (que) eu vou invadir o TSE. Ninguém quer rompimento, ninguém quer ruptura. Quer dizer, nós não queremos, e o outro lado provoca o tempo todo”, disse o presidente.
Bolsonaro acusa Moraes de provocar
Em outro momento da entrevista, Bolsonaro também fez críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou na sexta-feira (15) que o presidente se manifestasse dentro de 48 horas sobre supostos discursos de ódio e incitação à violência.
“Ele (Moraes) dá 48 horas para se manifestar? Quer provocar. Ele não quer o diálogo, não quer a solução. Existe um vídeo dele falando que existe um ‘gabinete de ódio’. Queria que ele apontasse, porventura, uma matéria que teria saído do suposto gabinete de ódio. Ele fala que, se tiver outra ocorrência, vai cassar o registro. Parece que o espírito Fidel Castro baixou em alguém. Um magistrado não pode agir sob ameaça. Ele quer intimidar quem?”, questionou Bolsonaro.