Candidato critica ação petista em relação ao MDB e à disputa pelo governo do Ceará
CNN – O candidato à Presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, criticou, nesta quarta-feira (20), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT, por supostamente “invadir a autonomia do PDT” no Ceará com o objetivo de escolher o candidato ao governo do estado.
Em entrevista após ser oficializado como candidato do PDT ao Planalto, Ciro ainda afirmou que Lula está praticando “puro fascismo” com a senadora e pré-candidata do MDB à Presidência, Simone Tebet, ao atrair emedebistas e tentar negociar acordos com eles.
“O que está acontecendo é o seguinte: o Lula resolveu desconsiderar toda e qualquer ética e qualquer escrúpulo e resolveu destruir os partidos. Tentou operar no Ceará também com gente que eu ajudei a criar”, declarou Ciro. “O que Lula está fazendo no Ceará é invadir a autonomia do PDT para escolher o candidato”, acrescentou.
A assessoria de Lula informou que o ex-presidente não vai comentar as falas do pedetista.
Após a decisão do PDT de seguir com um pré-candidato ao governo do Ceará mais ligado a Ciro Gomes, o PT cogita lançar um nome próprio para a disputa ao Palácio da Abolição e romper a aliança local de 16 anos com os pedetistas.
Enquanto isso, o ex-presidente do Senado Eunício Oliveira (MDB-CE) intensificou as negociações com Lula para se candidatar ao governo do Ceará com o apoio dos petistas. Procurado pela reportagem, Eunício também não quis se manifestar.
Segundo Ciro, o PDT se baseou nas pesquisas de intenção de voto para escolher Roberto Cláudio em vez da atual governadora, Izolda Cela, também do PDT, mas a preferida dos petistas. Ainda assim, disse Ciro, o PDT tem a intenção de manter a aliança com o PT no estado.
Um pouco antes dessas declarações, também na entrevista coletiva, Ciro afirmou estar “chocado [com] a absoluta falta de comportamento democrático do Lula em invadir e tentar destruir as organizações partidárias”.
“O que o Lula está fazendo com a senadora Simone Tebet é puro fascismo. Aliciar uma banda de ladrões do MDB, corruptos, velhos sócios dele, Lula, na roubalheira”, disse. “Prática fascista de invadir o partido dos outros e tirar o direito dos outros participarem das eleições. Isso é uma prática fascista”, acrescentou.
Um grupo de caciques do MDB que não vê com bons olhos a candidatura de Simone Tebet se reuniu com Lula na segunda-feira (18) em São Paulo. Depois, pediram ajuda de Michel Temer, ex-presidente da República e um dos principais nomes do partido, para que fosse adiada a convenção emedebista marcada para 27 de julho, evento em que a direção nacional do partido espera conseguir ratificar o nome de Simone como candidata ao Planalto.
O presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, afirma que a convenção no dia 27 está mantida.