“Eles não estavam brincando”, diz Cel. Fábio Cajueiro sobre ataque contra helicóptero da PMRJ
BSM – Criminosos fortemente armados tentaram derrubar um helicóptero da Polícia Militar do Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (21), no Complexo do Alemão, utilizando armamento pesado. Cerca de 400 policiais atuam na operação contra o crime organizado carioca na região. Em entrevista para o BSM, o Coronel da Polícia Militar Fábio Cajueiro afirmou que os criminosos usaram armamento especial para destruir blindados, como também sabiam para qual fim utilizavam a munição.
“Eles estavam em posse de fuzis chamados antimaterial; fuzil comum é antipessoal, se usa no dia a dia. O antimaterial é feito para atirar em aeronaves, em concentração de tropas. Eles não estavam brincando, estavam tentando derrubar a aeronave e, quem atirou, não era leigo, tampouco a munição foi comprada por um leigo”, disse o coronel, que comandou as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) no Complexo do Alemão em 2014.
Em imagens que circulam pela internet, é possível ver que mesmo à luz do dia, o traçado do projétil pode ser visto facilmente, o coronel Cajueiro explica que a munição é do tipo traçante. Ao deixar um rastro no céu, o criminoso pode corrigir a pontaria de maneira a acertar o alvo, explica o coronel.
Ainda comentando sobre a operação da Polícia no Rio, Cajueiro afirma que houve vazamento de informações, contribuindo para que os criminosos armassem barricadas e despejassem óleo na pista para impedir o avanço da polícia. “De ontem para hoje, alguns lugares ficaram acesos: toque de recolher na Lapa, na Serrinha tiroteio a noite toda. A gente viu que a operação vazou, a informação vazou, vimos barricadas, óleo na pista, objetos pegando fogo, criminosos comentando sobre a operação, dizendo ‘ninguém vai subir'”.
Em retaliação, criminosos matam policial militar
A Secretaria de Estado de Polícia Militar informou a morte do Cabo Bruno de Paula Costa, ocorrida na manhã desta quinta-feira. O PM estava trabalhando e ficou ferido quando a base da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Nova Brasília foi atacada por criminosos em retaliação à operação que acontece no Complexo do Alemão, na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro.
Ele foi socorrido ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, no entanto, não resistiu ao ferimento. O Cabo De Paula tinha 38 anos de idade, ingressou na Corporação no ano de 2014, era casado e deixou dois filhos portadores do espectro autista.