Cerca de 5 milhões de brasileiros que possuem o token. Apesar do tombo das criptomoedas, mercado avança no país com novos negócios, que vão do mercado imobiliário ao corporativo
O Globo – A recente desvalorização das criptomoedas, por conta do cenário macroeconômico de inflação e juros altos, e as discussões regulatórias têm penalizado o ecossistema financeiro considerado base para a Web3. Mesmo assim, o período de baixa não impede o agito no mercado de NFTs (non fungible token, em tradução livre, token não fungível), que ganha tração por meio de novos negócios dentro e fora do país.
Comercializados através de uma criptomoeda baseada em blockchain, tecnologia que registra transações de forma descentralizada, os NFTs são itens colecionáveis digitalmente e de propriedade única. Estes ativos digitais seguem em expansão, tanto com vasta criação de novos tokens por empresas e artistas digitais, quanto pelo aumento de compradores desses componentes.
E o Brasil está na dianteira do processo de adoção desses ativos digitais desde o ano passado. O país ocupa o segundo lugar no ranking global de usuários de NFT, segundo a consultoria alemã Statista, ficando atrás somente da Tailândia e à frente de países como Estados Unidos, China, Canadá e Alemanha.
Cerca de 5 milhões de brasileiros possuem ao menos um NFT, o que representa 2,33% da população do país.
Na avaliação de especialistas, a grande adesão aos NFTs em países como Brasil e Tailândia pode ser explicada por alguns fenômenos.
Entre eles está o crescimento dos jogos baseados em blockchain no modelo play-to-earn (jogar para ganhar, em tradução livre), nos quais jogadores recebem recompensas em NFTs com base no seu desempenho e podem não só negociá-los dentro do próprio jogo como convertê-los em moedas fiduciárias através de exchanges (corretoras especializadas em criptoativos).