Recuo de expectativas vem em meio à desaceleração nos preços em julho e perspectiva de deflação nos próximos dois meses, como reflexo da queda nos combustíveis
CNN – O mercado financeiro reduziu, pela sexta semana consecutiva, a projeção de inflação para 2022, que passou de 7,15% para 7,11%. Os números são do Boletim Focus do Banco Central (BC), publicado nesta segunda-feira (08). O documento reúne a estimativa de mais de 100 instituições do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos.
A última queda de perspectiva vem enquanto dados oficiais recentes de atividade mostram desaceleração nos indicadores de inflação, com os últimos dados divulgados referentes a julho.
O IPCA-15 de julho, considerado uma “prévia da inflação oficial” desacelerou para 0,13% na comparação com junho, menor variação mensal desde junho de 2020. Já o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor – Semanal), publicado pela FGV, recuou 1,19% no fechamento de julho, após deflação de 0,44% na terceira quadrissemana.
O dado fechado no mês será divulgado nesta terça-feira (9) pelo IBGE.
A expectativa geral de economistas é que os próximos dois meses seja de queda na inflação, em resposta à redução de impostos estaduais e federais sobre os combustíveis.
Para o próximo ano, as instituições financeiras seguem prevendo um aumento do índice de inflação. Conforme o Focus desta semana, o indicador passará a ser de 5,36%. Essa é a décima oitava vez consecutiva que o documento traz um resultado de alta para a inflação do ano que vem.
As projeções de inflação para os anos de 2022 e 2023 estão acima do teto da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), respectivamente de 5% e 4,75%. O BC já admitiu que este deve ser o segundo ano consecutivo em que haverá o rompimento do limite superior da meta de inflação.
Crescimento econômico
No caso do PIB (Produto Interno Bruto), a projeção é que a economia chegue a 1,98% de crescimento ao ano, uma alta de apenas 0,01 ponto percentual, em relação à previsão anterior, que era de 1,97%. O crescimento esperado pela equipe econômica do governo para o ano de 2022, é de 2%.
Já sobre a taxa básica de juros, a Selic, o mercado ainda espera que o ano se encerre com o indicador nos atuais 13,75% ao ano, ainda que o BC tenha sinalizado no último comunicado que pode fazer um agiste extra de 0,25 ponto percentual em setembro. Esse é o resultado projetado pelo boletim por sete semanas seguidas.