Para o diretor do Centro de Cidadania Fiscal, é necessária uma ‘política fiscal de transição’ para os próximos 4 anos, em que o excedente ao teto seja 1% do PIB, focalizado exclusivamente em políticas de distribuição de renda e em investimentos em ciência e proteção ambiental.
G1 – Após o lançamento das cartas em defesa da democracia, um grupo de cientistas políticos soma ao documento um conjunto de ideias para o próximo governo lidar com a economia brasileira que, segundo Bernard Appy, terá pela frente um contexto desafiador.
“Nesse momento tem uma herança maldita: tem uma série de áreas das políticas públicas que foram literalmente desmontadas na área ambiental, na saúde, na área de educação, que teve um retrocesso na gestão federal da política nos últimos anos. E aí tem, obviamente, toda essa flexibilização da política fiscal, não apenas no teto dos gastos, mas também através de uma série de medidas temporárias que se encerram em 31 de dezembro desse ano.”
Intitulado “Contribuições para um Governo Democrático e Progressista”, o texto assinado por Bernardo Appy apresenta as propostas elaboradas por um grupo composto pelo cientista político Sérgio Fausto, pelo jurista Carlos Ari Sundfeld, pelo cientista político Marcelo Medeiros e pelos economistas Pérsio Arida e Francisco Gaetani.
Para o diretor do Centro de Cidadania Fiscal, é necessária uma “política fiscal de transição” para os próximos 4 anos, em que o excedente ao teto seja 1% do PIB, focalizado exclusivamente em políticas de distribuição de renda e em investimentos em ciência e proteção ambiental.
Appy ainda enfatiza a necessidade de que uma reforma tributária a partir de 2023 leve em consideração a inclusão dos trabalhadores informais. E explica por que o documento será entregue a todos os candidatos à Presidência, exceção feita a Jair Bolsonaro: “A defesa do Estado democrático de direito é pressuposto básico”.