Lula, Ciro, Tebet, d’Avila e Manzano falaram sobre evento na Faculdade de Direito da USP que reuniu professores, empresários e personalidades
CNN – Os candidatos à Presidência se manifestaram na manhã desta quinta-feira (11) em suas redes sociais sobre a leitura das cartas pela democracia na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).
Líder das pesquisas de intenção de voto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) associou a defesa da democracia à garantia dos direitos sociais.
“Defender a democracia é defender o direito a uma alimentação de qualidade, a um bom emprego, salário justo, acesso à saúde e educação. Aquilo que o povo brasileiro deveria ter. Nosso país era soberano e respeitado. Precisamos, juntos, recuperá-lo. Bom dia”, disse o petista.
O presidente Jair Bolsonaro (PL), por sua vez, vem criticando com frequência a carta pela democracia, chamando, inclusive, os signatários da carta de “caras de pau” e “sem caráter”.
“Esse pessoal que assina esse manifesto, [é] cara de pau, sem caráter. Não vou falar os adjetivos aqui que eu sou uma pessoa bastante educada. Essa é uma grande realidade”, afirmou em entrevista à Rádio Guaíba no dia 2 de agosto. Na mesma entrevista, ele disse que a carta poderia ser contra ele e que tentam colocá-lo “em um lado como se estivesse preparando um golpe”.
“E ninguém que porventura queira dar um golpe vai dizer que não é democrático, vai dizer que é democrata. São contradições. Tentam me jogar para um lado como se eu tivesse preparando um golpe. Que golpe estou preparando? Qual é o golpe? Pedir transparência eleitoral? Você é contra a transparência? Contra a verdade? Contra a garantia que o teu voto vai para aquela pessoa?”, questionou.
O ex-governador Ciro Gomes (PDT) classificou a leitura da carta como um movimento de união de “diferentes segmentos” contra os questionamentos de Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro.
“Daqui a pouco, às 10h, na Faculdade de Direito do Largo São Francisco (USP), vai ser lido o Manifesto em Defesa da Democracia, do qual sou signatário. Essa leitura acontecerá simultaneamente em todo Brasil. Um momento de união de diferentes segmentos contra os recorrentes ataques de Bolsonaro aos nossos direitos, ao sistema eleitoral e ao próprio regime democrático – que é a maior de todas as nossas conquistas. Este é um compromisso de todos nós”, disse Ciro.
A senadora Simone Tebet (MDB) disse que as bandeiras em torno da defesa da democracia estão sintetizadas em sua candidatura.
“Estado de Direito Sempre! No dia do estudante, no histórico dia 11 de agosto, a sociedade levanta sua voz em defesa da democracia. Assinei o manifesto. Tenham certeza do meu compromisso. Minha candidatura representa exatamente isso: democracia sempre. Tolerância, paz e respeito”, disse Tebet.
O cientista político Felipe d’Avila (Novo) divulgou uma nota, via assessoria de imprensa, na qual relaciona a democracia à confiança nas urnas e ao combate à corrupção.
“Não há democracia sem confiança no processo eleitoral e sem combate à corrupção. Um país de mensalão, petrolão e rachadinhas retrata uma democracia fragilizada pela corrupção”, concluiu.
A professora Sofia Manzano (PCB) lembrou que a iniciativa ocorre no Dia do Estudante, também celebrado em 11 de agosto.
“Neste 11 de agosto, Dia do Estudante, diversas entidades e movimentos sociais estarão nas ruas novamente para defender a democracia, educação e direitos sociais, e se posicionar contra a fome, miséria, violência, desemprego e destruição do meio ambiente e as ameaças golpistas de Bolsonaro e seus aliados”, concluiu.
Até a manhã desta quinta-feira (11), os demais candidatos não tinham se manifestado sobre o ato. Entre os presidenciáveis, Lula, Ciro, Tebet, d’Avila, Manzano, Soraya Thronicke (União Brasil), Leonardo Péricles (Unidade Popular) e José Maria Eymael (Democracia Cristã) assinaram o documento.
Pablo Marçal (Pros), Roberto Jefferson (PTB) e Vera Lúcia (PSTU) não aderiram à iniciativa.