Candidato à reeleição pelo PL falou a apoiadores na região central da cidade, onde levou facada em 2018. Ele também se encontrou com pastores evangélicos e participou de motociata.
G1 – O presidente Jair Bolsonaro (PL) lançou nesta terça-feira (16) a campanha à reeleição ao Palácio do Planalto, em Juiz de Fora, no sudeste de Minas Gerais. Na passagem pela cidade, o candidato focou na agenda conservadora e de costumes durante pronunciamento.
Jair Bolsonaro desembarcou por volta das 10h no Aeroporto da Serrinha, onde participou de um culto com pastores evangélicos e discursou para um pequeno grupo de apoiadores.
No discurso, transmitido em uma rede social do presidente, ele disse que o governo “não errou” durante a pandemia da Covid-19, que matou mais de 681 mil pessoas no Brasil.
A condução da crise sanitária pelo Executivo foi alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado, que atribuiu 9 crimes a Bolsonaro. A CPI da Covid pediu o indiciamento de Bolsonaro pelos supostos crimes de epidemia com resultado morte, infração de medida sanitária preventiva, charlatanismo e incitação ao crime, entre outros.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu o arquivamento de sete das dez apurações preliminares sobre Bolsonaro abertas a partir das conclusões da CPI.
Em Juiz de Fora, Bolsonaro estava acompanhado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro; do general Braga Netto, candidato a vice na chapa que encabeça; e do senador Carlos Viana (PL-MG), candidato do PL ao governo de Minas Gerais.
Congressistas mineiros e o senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidenciável, também acompanharam Bolsonaro na agenda no sudeste de Minas.
Após o discurso no Aeroporto da Serrinha, Bolsonaro cumprimentou e tirou foto com apoiadores. Ele também participou de uma motociata pelas ruas da cidade.
Depois do passeio de moto, o presidente subiu em um trio elétrico e discursou para eleitores na Rua Halfeld, na região central da cidade – local onde levou uma facada durante a campanha de 2018.
No pronunciamento, Bolsonaro focou em questões da pauta conservadora e de costumes. Disse ser contrário ao aborto e à legalização das drogas; e defensor da propriedade privada. Ele também afirmou que “o país não quer mais corrupção”, mas não mencionou os casos de possíveis desvios no seu governo, como o escândalo no Ministério da Educação.
Em um aceno ao eleitorado mineiro, disse que Minas Gerais é a “locomotiva” de qualquer campanha presidencial. O presidente, que segundo pesquisas tem vantagem sobre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entre os evangélicos, recheou o discurso com passagens bíblicas e menções a Deus.
No campo econômico, Bolsonaro declarou que o governo faz “um esforço” para a redução do preço dos combustíveis e da inflação.
O candidato a vice, Braga Netto, e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, também discursaram durante o ato de campanha. Em busca de votos no eleitorado feminino, a campanha de Bolsonaro tem dado maior destaque a Michelle nos eventos dos quais o presidente participa.
Esta foi a segunda vez que Bolsonaro voltou a Juiz de Fora depois do atentado sofrido durante ato de campanha em 2018.
O início da campanha em Minas Gerais também faz parte de uma estratégia da equipe de Bolsonaro para tentar melhorar o desempenho eleitoral do candidato do PL na região Sudeste. Pesquisa do Ipec divulgada nesta terça-feira mostra que em Minas Gerais, por exemplo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 42% das intenções de voto contra 29% de Bolsonaro.
Atentado
O atentado ocorreu em 6 de setembro de 2018, quando Jair Bolsonaro fazia campanha de rua como candidato a presidente da República e participava de um ato no Centro de Juiz de Fora.
Autor do ataque, Adélio Bispo foi preso no mesmo dia e, segundo a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), confessou ter sido o autor da facada. A Polícia Federal (PF) concluiu em dois inquéritos que ele agiu sozinho no crime.
Em laudo divulgado em 2019, Adélio foi diagnosticado com transtorno delirante permanente, o que não permite a punição criminal. O agressor foi considerado inimputável e segue em internação.
Uma nova perícia médica de Adélio Bispo foi realizada no dia 25 de julho. A avaliação dos peritos da Justiça Federal deverá determinar sobre a condição clínica e se deve haver a cessação ou permanência da internação.