Com recuo de 0,73% na prévia da inflação, o maior da série histórica do indicador, o mercado passou a revisar novamente para baixo as previsões do IPCA deste ano
CNN – Novas projeções para o IPCA de 2022 foram divulgadas nesta quarta-feira (24), com revisões para baixo em meio à queda dos combustíveis e energia elétrica, que puxaram a deflação em julho e a deflação do IPCA-15 em agosto.
O IBGE publicou nesta manhã a prévia da inflação do mês de agosto, que teve recuo de -0,73% – a maior deflação do indicador da série histórica, iniciada em novembro de 1991. Para Rafaela Vitoria, do Inter, o IPCA-15 de agosto em -0,73% trouxe pouca surpresa. “A queda dos preços dos alimentos a partir da segunda quinzena de agosto deve trazer alívio à frente, mas mais restrito com a recente recuperação das commodities no mercado internacional”, diz. A expectativa do Inter para o IPCA de 2022 já estava em 6,5%.
“O indicador prévio de agosto mostrou a continuidade da desaceleração da inflação de bens, como artigos para casa e vestuário. Por outro lado, a inflação de serviços tem desaceleração mais lenta, o que era esperado, assim como as medidas de núcleo que, anualizando, estão próximas de 8% aa. O dado confirma nossa expectativa de fim de ciclo de alta da Selic, e início do processo de redução no primeiro trimestre em 2023”, avalia a economista.
O Bank of America também aposta no indicador oficial de inflação em 6,5%, ante uma previsão de 7,2%, como divulgou hoje. Segundo o BofA, o maior impacto para a deflação de -0,73% em agosto ocorreu pela dos transportes, em decorrência da queda da gasolina e do diesel.
Na terça-feira (23), o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse que a entidade monetária revisou a projeção para o IPCA do ano em 6,5% ao ano, além de aumentar a projeção do PIB para 2,12%.
A Nécton também revisou sua projeção para a inflação, passando de 7,06% para 6,84%. De acordo com o economista-chefe André Perfeito, os últimos resultados das coletas dos preços ao consumidor tem mostrado persistência da queda de combustíveis. “A queda da inflação é bem-vinda e está forçando revisões dos investidores para suas projeções de juros ao longo do ano”, destacou.