No documento, de 32 páginas, o ministro afirma que os investigados agiram com “nítida finalidade de atentar contra a democracia”
Na tarde de ontem (29), o ministro Alexandre de Moraes, do Superior Tribunal Federal (STF), tornou pública a decisão que autorizou a operação da Polícia Federal de busca e apreensão contra oito empresários bolsonaristas durante a semana passada. O documento mostra um pedido feito pela própria PF pela operação.
“Em virtude da presença de fortes indícios e significativas provas apontando a existência de uma verdadeira organização criminosa, de forte atuação digital e com núcleo de produção, publicação e financiamento e político absolutamente idênticos aos investigados no inquérito das milícias digitais, com a nítida finalidade de atentar contra a democracia. Por tanto, em face das circunstâncias apontadas é imprescindível a realização de diligências, inclusive com o afastamento de garantias, que não podem ser usadas como escudo para a prática de atividades ilícitas.”
A operação ocorreu após o portal Metrópoles revelar que, em um grupo de troca de mensagens no WhatsApp, empresários de grandes empresas do Brasil defendiam um golpe de Estado em caso de vitória do ex-presidente Lula (PT) nas eleições deste ano.
Segundo Moraes, a PF também solicitou a quebra dos sigilos bancários e telefônicos do grupo, além da apreensão dos aparelhos celulares.
A PF afirmava que as medidas precisavam ser tomadas com celeridade, diante do “momento pré-eleitoral, de acirramento da polarização”. Segundo o pedido, as condutas podem resultar na adesão de voluntários.