Moscou está buscando fortalecer os laços com os países asiáticos, depois de sofrer sanções de países ocidentais por conta da guerra na Ucrânia
O Globo – A China quer construir, junto com a Rússia, uma ordem internacional “em uma direção mais justa e racional”, disse um alto diplomata chinês, antes de uma reunião entre os líderes dos dois países, nesta semana.
Com relações complicadas durante a Guerra Fria, China e Rússia se aproximaram nos últimos anos, atuando como um contrapeso ao domínio global dos EUA.
“Sob a orientação estratégica do presidente Xi Jinping e do presidente (Vladimir) Putin, a relação entre os dois países sempre se moveu na direção certa”, disse Yang Jiechi, chefe de assuntos internacionais do Partido Comunista, ao embaixador russo em Pequim, Andrei Denisov, segundo divulgou, em um comunicado, o Ministério das Relações Exteriores.
Yang disse que a China “está disposta a trabalhar com a Rússia para implementar continuamente o espírito de cooperação estratégica de alto nível entre os dois países, salvaguardar os interesses comuns de ambos os lados e promover o desenvolvimento de uma ordem internacional em uma direção mais justa e racional”.
Por sua parte, Denisov comemorou “os resultados frutíferos” dessas relações bilaterais, disse o comunicado, sobre a reunião realizada na segunda-feira.
A Rússia busca fortalecer seus laços com os países asiáticos, especialmente a China, após as sanções sem precedentes dos países ocidentais por conta da guerra na Ucrânia.
Por sua vez, Pequim não condenou a invasão e criticou as sanções ocidentais contra Moscou e a venda de armas para Kiev.
Putin e Xi devem se encontrar no Uzbequistão na próxima semana como parte de uma cúpula regional.
Na semana passada, o chefe da legislatura chinesa, Li Zhanshu, que ocupa o terceiro lugar na hierarquia de poder do país, viajou para a Rússia e garantiu que a confiança e a cooperação entre os dois países estão “em níveis sem precedentes”.