Ex-presidente, no entanto, defende maior controle e limite de posse e afirma que pretende discutir com a sociedade a revisão de políticas do governo Bolsonaro sobre o tema
O ex-presidente Lula (PT) defendeu, nesta quinta (22), que a população rural tenha o direito de possuir armas de fogo. Segundo o candidato, “ninguém vai proibir que um dono de fazenda tenha uma arma”, mas que é necessário ter um limite na quantidade de armas por pessoa.
“Agora, se ele [fazendeiro] tiver 20, já não é mais uma arma para defesa. Se tiver 30, pior ainda. É apenas o bom senso”, disse o candidato do PT à Presidência em entrevista ao Canal Rural.
Lula justificou a posse de armas para essas pessoas do campo devido à insegurança na zona rural.
“Há roubo de gado à noite, há roubo de cavalo, há roubo de qualquer coisa à noite”, disse. Segundo ele, no entanto, é necessário ter um controle sobre o acesso.
“Você pode ter segurança, você pode ter uma arma. O que não é prudente é que o cidadão que não saiba utilizar arma tenha uma arma. O que é importante é que ele possa ter alguém especialista em segurança para tomar conta da propriedade dele. Porque esse negócio da arma não vai só para o campo”, afirmou
O petista comparou as falas do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre o tema às do ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez. “O que o Bolsonaro diz? O que o filho dele diz? O povo armado… É o mesmo discurso que Chávez fazia. O povo não precisa de arma. O povo precisa de trabalho. De salário. Educação”, defendeu. Em seus discursos, Bolsonaro costuma repetir a frase: “O povo armado jamais será escravizado”.
O candidato também falou sobre conversar com a população sobre a revisão das políticas que flexibilizaram o acesso às armas no país durante o governo Bolsonaro.
“Vou mudar a regra e vamos estar discutindo com a sociedade. Eu vou ser eleito para presidir, não para ser dono. Então a gente vai discutir porque é preciso ter um controle. Você não pode deixar a sociedade armada do jeito que está. Alguém comprar 12 armas, 15 armas, 20 armas, você sabe onde estão essas armas? Que alucinação é essa? Nós não estamos em guerra”, disse.
Em centros urbanos, Lula defendeu que o combate à violência seja feito com uma maior presença e assistência do Estado à população. “Quando você quiser combater a violência no centro urbano, que ela é muito forte, você precisa ter a presença do Estado com educação, saúde, lazer, cultura”, pontuou.