Ex-ministro disse que Lula é cobrado para detalhar programa econômico, enquanto candidato à reeleição é poupado da mesma cobrança
Metrópoles – Ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles (PSD) publicou uma série de tweets nesta sexta-feira (7/10) atacando os recentes gastos sociais do presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), que o economista classificou como “eleitoreiros”.
Meirelles pontuou três “anúncios de bondades” nos últimos dias que, segundo ele, podem prejudicar a economia e têm objetivo real de atrair eleitores: o perdão de dívidas de clientes da Caixa, 13º para mulheres que recebem o Auxílio Brasil e a promessa de incluir mais 500 mil famílias no programa.
“Gastos sociais são essenciais. Mas, neste caso, o gasto é eleitoreiro e está disfarçado de social por causa da campanha”, escreveu o ex-ministro.
Rombo de bilhões
De acordo com Meirelles, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-IBRE) calculou um rombo de R$ 430 bilhões para 2023. Além disso, segundo o ex-ministro, há R$ 158 bilhões de gastos que não se sabe de onde vão vir.
“Como eu já disse antes, é preciso saber de onde virá o dinheiro. O dinheiro que agrada o eleitor e o político agora, provoca a crise no futuro. Este gasto excessivo vai provocar mais inflação, maior dívida, juros maiores e, no final, crescimento menor no futuro próximo”, escreveu no Twitter.
Cobrança de Lula
Apoiador da eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Meirelles alfinetou os colegas que cobrariam um programa econômico detalhado do candidato petista, sem fazer o mesmo com Bolsonaro.
“Não vejo uma cobrança semelhante sobre essa gastança do governo [Bolsonaro], que será desastrosa para o país qualquer que seja o presidente no ano que vem”, escreveu Meirelles.