Partido cita o caso em que a deputada apontou uma arma para um homem negro
Poder 360 – O Psol protocolou na terça-feira (1) um pedido de cassação contra a deputada Carla Zambelli (PL-SP) no Conselho de Ética da Câmara por quebra de decoro. A sigla cita o caso em que a congressista foi filmada correndo atrás de um homem negro, além de apontar uma arma para ele em São Paulo, no sábado (29/10), véspera do 2º turno.
A representação diz que Zambelli “deu causa à confusão”. Segundo o partido, a deputada “rompe o dever de cidadania, da dignidade da pessoa humana” e “age contra o dever de promoção do bem de todos, fomentando sua linha política de ódio e na perseguição daqueles que rechaçam o bolsonarismo”.
Imagens do episódio foram anexadas à peça. O Psol também menciona que Zambelli “se referiu por diversas vezes à vítima como ‘um negro’” e afirma que a congressista cometeu racismo.
“Não se trata de mencionar uma característica para individualizar a pessoa, mas como verdadeiro objeto de ‘coisificação’ do ser, o definindo sempre como ‘um negro’ e lhe atribuindo comportamento violento e irracional”, traz um dos trechos do documento.
A representação é assinada pelo presidente do Psol, Juliano Medeiros, e pela bancada do partido na Câmara.
“Carla Zambelli é uma criminosa confessa por portar uma arma em momento indevido, por ameaçar e agredir um homem negro por razões políticas, por mentir para justificar a violência que cometeu. Ela não tem a mínima condição de continuar o mandato parlamentar. Depois desse episódio, deve tornar-se inelegível e precisa responder adequadamente pelos seus atos”, disse Medeiros.
A líder do Psol na Câmara, deputada Sâmia Bomfim, afirmou que Carla Zambelli “fez isso para tumultuar o processo eleitoral, criar pânico e gerar medo”.
Em 29 de outubro, a deputada bolsonarista disse ter sido agredida por um grupo de pessoas na saída de um restaurante. Em um vídeo publicado em sua conta no Instagram –suspensa por decisão judicial–, ela afirmou que usaram “um homem negro para vir em cima de mim”.
Declarou que sofreu ataques verbais, foi cuspida e, depois da queda, correu atrás do homem para não se “evadir”.