Ataque, que causou a morte de duas pessoas, provocou uma reunião de emergência convocada pelo presidente Joe Biden
Autoridades americanas com informações sobre as primeiras avaliações dos Estados Unidos apontam que o míssil que caiu e matou duas pessoas no leste da Polônia na última terça (15), apesar de ter fabricação russa, teria partido do território ucraniano.
Essa avaliação reitera o que o presidente Joe Biden vinha comentando sobre o episódio, dizendo que era “improvável” que o míssil tenha originado da Rússia.
As autoridades disseram que as avaliações de inteligência foram discutidas na reunião de emergência convocada por Biden à margem da cúpula do G20 em Bali, na Indonésia, e também seriam um tópico de conversa em uma reunião de embaixadores da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), em Bruxelas.
A declaração conjunta após a reunião do G7 também foi deliberadamente ambígua quando se tratou do incidente, colocando muito mais foco nas dezenas de greves que aconteceram horas antes de os mísseis atingirem a Polônia.
Um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA se recusou a comentar os relatos de que o míssil de fabricação russa que caiu no leste da Polônia matando duas pessoas foi disparado por forças ucranianas que tentavam interceptar um ataque russo.
“Não temos comentários e não iremos confirmar este relatório. Como o presidente disse hoje, apoiamos a investigação em andamento da Polônia para descobrir exatamente o que aconteceu”, disse o porta-voz.
Biden já havia dito que informações preliminares sugerem que é improvável que o míssil que caiu na Polônia tenha sido disparado da Rússia depois de consultar aliados na Cúpula do G20 na Indonésia.
“Não quero dizer que [foi lançado da Rússia] até que investiguemos completamente”, continuou Biden. “É improvável, na trajetória, que tenha sido disparado da Rússia. Mas veremos.”
Tanto as forças russas quanto as ucranianas usaram munições de fabricação russa durante o conflito de nove meses.
A CNN informou anteriormente que a Ucrânia usou mísseis de fabricação russa como parte de seu sistema de defesa aérea. Esses sistemas de armas de geração mais antiga datam do período em que a Rússia e a Ucrânia faziam parte da União Soviética.
Em uma declaração à CNN, um assessor do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, não negou explicitamente os relatos de que o míssil se originou na Ucrânia, mas enfatizou a responsabilidade da Rússia por iniciar a guerra.
“Há apenas uma lógica a ser seguida”, disse Mykhailo Podolyak, assessor do chefe do gabinete do presidente ucraniano.
“A guerra começou e está sendo travada pela Rússia. A Rússia está atacando massivamente a Ucrânia com mísseis de cruzeiro. A Rússia transformou a parte oriental do continente europeu em um campo de batalha imprevisível. Intenção, meios de execução, riscos, escalada – tudo vem apenas da Rússia”.
“E não pode haver outra explicação para qualquer incidente com mísseis aqui. Então, quando um país agressor lança um ataque de mísseis massivo e deliberado contra um grande país no continente europeu com suas armas obsoletas da era soviética (mísseis da classe Kh), a tragédia, mais cedo ou mais tarde, também ocorre nos territórios de outros estados.”