Presidente do partido também avalia que conversas sobre federação com PP evoluíram
Essa semana, o presidente do união Brasil, Luciano Bivar, teve uma série de reuniões para definir em qual lado o seu partido estará no cenário político brasileiro em 2023. Na última quarta (16), Bivar esteve com Gleisi Hoffmann, presidente do PT, com quem negocia uma entrada na base do presidente eleito Lula (PT).
Ele também esteve com o presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), que vai disputar a reeleição e é um dos nomes mais fortes do PP, partido do Centrão, pilar de apoio do governo de Jair Bolsonaro (PL).
Segundo informações do jornal O Globo, Luciano Bivar disse a Gleisi que espera ofertas de contrapartida para fazer parte da base de Lula — o União Brasil nasceu da fusão entre DEM e PSL, duas legendas que se antagonizam ao PT. Ao tratarem da formação de um bloco para a disputa de cargos na Mesa da Câmara e em comissões em 2023, Gleisi demonstrou disposição para avaliar quais cargos poderiam ser destinados aos integrantes do União Brasil, em troca da adesão o futuro governo.
No mesmo dia, Bivar se reuniu com Artur Lira. O presidente da Câmara, embora seja aliado de Bolsonaro, vê com bons olhos a aproximação com o PT, com vistas a ter o apoio do partido do futuro presidente da República na disputa pela reeleição. Nesse encontro, porém, Bivar conversou sobre a possibilidade de União Brasil e PP. formarem uma federação, modelo de coligação que os obriga a atuar como um só partido no Congresso pelos quatro anos seguintes.
A aliados, Bivar disse que as conversas evoluíram bem. Os termos da união, porém, ainda precisam ser aprofundados. Isso porque ainda não há uma definição sobre a adesão a Lula por correntes de ambas as siglas. A depender do cenário nos próximos meses, o presidente do União Brasil pode facilitar o flerte entre PT e Lira. Bivar relatou a pessoas de sua confiança que estaria disposto a deixar para depois a sua intenção de disputar a presidência da Câmara. Assim, Lira teria mais um aliado importante para o projeto de recondução à cadeira.
As eleições para a Câmara ocorrerão em fevereiro. Na semana passada, Lula fez questão de dizer publicamente que não iria se intrometer na disputa. A intenção foi reforçada por petistas, mesmo com a admissão de que Lira é rejeitado por parte da sigla. O deputado do PP foi um dos principais apoiadores da campanha à reeleição de Jair Bolsonaro.
No PT, também há parlamentares dispostos a trabalhar pela recondução de Lira. O líder do partido na Câmara, Reginaldo Lopes (PT-MG), por exemplo, já iniciou o movimento para debater o assunto internamente. Um eventual apoio do PT a Lira, ou até mesmo a neutralidade na disputa, poderia facilitar o ingresso de PP e União Brasil na base de Lula. Hoje, no partido do presidente da Câmara, o principal obstáculo para a adesão é a posição de ministros de Bolsonaro, como o chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira.
Caso União e PP, que possuem 59 e 47 deputados, formem uma federação, a maior bancada da Câmara seria da dupla, que teria a obrigação de atuar em conjunto por pelo menos quatro anos.