Presidente e seu partido questionam o uso de urnas fabricadas antes de 2020, mas só contestam o resultado da eleição presidencial
CNN – O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmou, nesta terça-feira (22), considerar que a vitória do presidente da República eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é “um fato inquestionável”.
O atual presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, entraram com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para pedir a anulação de votos feitos em cinco modelos de urnas no segundo turno das eleições de 2022. A alegação é de que houve “desconformidades irreparáveis de mau funcionamento” em determinados modelos.
Assinada pelo advogado Marcelo Luiz Ávila de Bessa, a representação cita o laudo técnico de auditoria feito pelo Instituto Voto Legal (IVL), contratado pelo PL, que teria constatado “evidências contundentes de mau funcionamento de urnas eletrônicas”.
Os supostos problemas teriam sido registrados nos arquivos “logs de urna”, que configuram “verdadeiro código de identificação da urna eletrônica”.
Inicialmente, quando questionado sobre o assunto, Pacheco disse não ter visto os argumentos do PL, porque estava despachando na presidência do Senado e, por isso, não ter “informações precisas”.
No entanto, ressaltou que “o resultado e o relatório de urnas válidos são os do dia 30 de outubro, quando houve a abertura das urnas e foi dada a vitória ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva”.
“Eu considero que esse fato é inquestionável”, declarou.
Sobre se há espaço para alguma contestação, Pacheco afirmou ser preciso conhecer os fundamentos apresentados e ter “responsabilidade de compreender e diagnosticar o que está sendo dito para poder ter uma conclusão”.
“Vamos conhecer quais são os argumentos para poder eventualmente responder.”
Com a manutenção apenas dos votos dados nas urnas UE2020 e a anulação dos demais, a representação alega que Bolsonaro venceria a eleição para presidente, sem citar cálculos dos resultados na eleição para os governos estaduais que estavam em disputa no segundo turno.
Todos os modelos de urnas eletrônicas também foram usados no primeiro turno das eleições deste ano, que valeram para os cargos de governador, senador, deputado federal, deputado estadual e deputado distrital.