MDB foi o primeiro a se manifestar e pedir para indicar o próximo ministro da pasta; ideia é que o partido tenha direito a indicar um integrante para um ministério, além de Simone Tebet
Pelo menos três partidos entraram em contato com o entorno do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para demonstrar interesse no Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) a partir do próximo ano, quando o governo eleito assumir o comando.
Disputam a pasta o MDB, PSD e Solidariedade, que farão parte da base aliada. O MDR é um dos maiores e com mais recursos da Esplanada dos Ministérios.
O MDB foi o primeiro a se manifestar e pedir para indicar o próximo ministro do Desenvolvimento Regional.
Segundo parlamentares, a ideia é que o partido tenha direito a indicar um integrante para um ministério, além de Simone Tebet (MS).
Fora o Desenvolvimento Regional, a legenda já demonstrou interesse também no Ministério das Cidades, que deve ser recriado a partir do desmembramento do próprio Ministério do Desenvolvimento Regional.
Os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Jader Barbalho (MDB-PA) estão entre os caciques do MDB vistos com maior força para emplacar um nome no MDR.
Nem todos dentro do MDB concordam com o partido dentro do governo Lula, no entanto, reconhecem a força da ala nordestina na sigla. Renan é próximo de Lula e Helder Barbalho, reeleito governador do Pará e filho de Jader, ganhou força nas últimas eleições, inclusive pela bancada forte que conseguiu ajudar a eleger ao Parlamento.
Um interlocutor do PT no Senado disse que a escolha de ministérios é “assunto para o Lula cuidar” ao pousar novamente em Brasília.
Ele também afirmou ser preciso conversar com cada grupo para se tentar um consenso porque o futuro governo quer um MDB ao seu lado o menos dividido possível.
Já o PSD deverá conquistar ao menos dois ministérios no governo petista.
Segundo interlocutores, em conversas recentes com integrantes do novo governo, o presidente do partido, Gilberto Kassab, também afirmou que a legenda quer comandar o Desenvolvimento Regional.
Existe ainda a possibilidade de o PSD conquistar os ministérios da Saúde, da Agricultura ou da Infraestrutura.
Além do MDB e do PSD, como a CNN revelou, o Solidariedade tenta emplacar a deputada federal Marília Arraes – que tentou ser eleita governadora de Pernambuco, mas acabou derrotada – como ministra do Desenvolvimento Regional.
Nesta semana, a parlamentar foi nomeada para participar de um grupo que irá debater o assunto durante a transição.
Cabe a pasta do Desenvolvimento Regional cuidar da infraestrutura urbana e do desenvolvimento dos estados. Também fica sob o guarda-chuva do ministério a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
Sob o comando do Centrão, a estatal ganhou força durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) e passou a atuar em projetos de pavimentação e ter acesso a emendas de relator, conhecidas como o Orçamento Secreto.
A pasta foi criada no governo Bolsonaro a partir da união dos ministérios da Cidades e da Integração Nacional.
Lula já disse, durante a campanha, que pretende recriar o Ministério das Cidades, o que levaria a desmembrar a estrutura criada por Bolsonaro.