Cápsula alcançou a maior aproximação da lua para uma espaçonave construída para transportar humanos desde a Apollo 17, meio século atrás
No último dia 25 de novembro, a cápsula não tripulada Orion, da missão Artemis I, da Nasa, sobrevoou a 130 quilômetros da superfície lunar, sendo essa a maior aproximação de uma espaçonave construída para o transporte de humanos do satélite natural da Terra desde a Apollo 17, 50 anos atrás.
O sobrevoo lunar da cápsula, na etapa de retorno de sua viagem de estreia, ocorreu uma semana depois que Orion atingiu seu ponto mais distante no espaço, a quase 434,5 mil quilômetros da Terra, no meio de sua missão de 25 dias, informou a agência espacial dos EUA em seu site.
Orion passou cerca de 127 quilômetros acima da superfície lunar, quando a espaçonave disparou seus propulsores para uma “queima de sobrevoo motorizada”, projetada para mudar a velocidade do veículo e colocá-lo no curso de seu voo de volta à Terra.
A Nasa disse que a queima de 3 minutos e meio marcaria a última grande manobra de voo espacial antes de cair de paraquedas no mar em 11 de dezembro.
A última vez que uma espaçonave projetada para viagens humanas chegou tão perto da lua quanto Orion foi a missão final do programa Apollo, Apollo 17, que levou Gene Cernan e Harrison Schmitt à superfície lunar há 50 anos neste mês.
Eles foram os últimos dos 12 astronautas da Nasa que caminharam na lua durante um total de seis missões Apollo de 1969 a 1972.
Embora a Orion não tenha astronautas a bordo – apenas uma tripulação simulada de três manequins – ela voou mais longe do que qualquer espaçonave “classe tripulada” anterior no 13º dia de sua missão.
Ela atingiu um ponto quase 32 mil quilômetros além da distância recorde estabelecida pela tripulação da Apollo 13, que abortou seu pouso lunar e retornou à Terra após uma falha mecânica quase catastrófica.
O lançamento de Orion no mês passado deu início ao programa sucessor da Apollo, Artemis, com o objetivo de devolver os astronautas à superfície lunar nesta década e estabelecer uma base sustentável lá como um trampolim para a futura exploração humana de Marte.
Orion foi levada para o espaço no alto do foguete Space Launch System (SLS) de última geração da Nasa, que decolou em 16 de novembro do Centro Espacial Kennedy em Cabo Canaveral, Flórida.
A missão marcou o primeiro voo do foguete SLS combinado e da cápsula Orion, construídos pela Boeing Co BA.N e Lockheed Martin Corp LMT.N, respectivamente, sob contrato com a Nasa.
O principal objetivo do voo inaugural da Orion é testar a durabilidade de seu escudo térmico ao reentrar na atmosfera da Terra a 38 mil quilômetros por hora, muito mais rápido do que uma espaçonave voltando da Estação Espacial Internacional.