Ano também trouxe a primeira imagem de um buraco negro da nossa galáxia
Folha de São Paulo | Aproveitando a data festiva, vamos relembrar os momentos mais importantes da exploração espacial e da astronomia em 2022.
5) CHINA CONCLUI ESTAÇÃO ESPACIAL
Em outubro, o programa espacial chinês concluiu a construção de sua estação própria, a Tiangong, com seus três módulos. Além da capacidade para conduzir experimentos no espaço, a China tem planos ousados de colocar um telescópio da classe do Hubble na mesma órbita entre 2023 e 2024, o que permitiria reparos e atualizações constantes por astronautas. Os chineses não estão para brincadeiras, em que pese que seus estágios de foguete seguem caindo de forma descontrolada na Terra.
4) O “NOSSO” BURACO NEGRO
Em maio, o consórcio reunido no EHT, o Telescópio do Horizonte dos Eventos, apresentou a primeira imagem do buraco negro supermassivo que mora no coração da Via Láctea. Foi uma longa espera desde a apresentação da primeira imagem da sombra de um objeto desse tipo, capturada pela mesma equipe e apresentada em 2019. Na ocasião, era o buraco negro do centro da galáxia M87, com massa de 6,5 bilhões de sóis. Embora muito mais próximo, o da Via Láctea também é bem menor, com massa de 4 milhões de sóis, o que justifica o desafio.
3) O INÍCIO DA VOLTA À LUA
A Nasa iniciou para valer sua jornada de retorno tripulado à Lua com o lançamento, em novembro, da missão Artemis 1. Foi o primeiro voo bem-sucedido do superfoguete SLS, colocando uma cápsula Orion numa viagem até uma órbita alta da Lua e então de volta à Terra, totalizando 25,5 dias no espaço. Tudo correu bem, e agora o caminho está livre para que a agência espacial americana promova, em dois anos, a primeira missão com astronautas além da órbita da Terra desde a Apollo 17, conduzida há exatas cinco décadas.
2) PRIMEIRA DEFLEXÃO DE ASTEROIDE
Nunca antes na história deste planeta houve uma espécie que não estivesse indefesa caso um asteroide estivesse em rota de colisão com ele. Depois de 2022, esse já não é mais o caso para a humanidade. A missão Dart, da Nasa, demonstrou pela primeira vez a capacidade de alterar a órbita de um astro celeste, ao simplesmente dar uma pancada no asteroide Dimorfo, de 170 metros, a 22,5 mil km/h. O impacto, ocorrido em 26 de setembro, alterou seu período orbital em 32 minutos, demonstrando a viabilidade da técnica de deflexão.
1) O GRANDE SUCESSO DO WEBB
Lançado há um ano, o Telescópio Espacial James Webb, fruto de uma parceria entre Nasa, ESA e CSA (agências dos EUA, da Europa e do Canadá), mergulhou mais fundo que qualquer outro na observação dos confins do Universo, revelando algumas de suas galáxias mais antigas, de uma época em que o cosmos tinha só uns 300 milhões de anos. O telescópio também fez observações inéditas de exoplanetas, e a Nasa está fazendo suspense para os primeiros resultados sobre os planetas de Trappist-1, um sistema com sete mundos, três dos quais na zona habitável. A agência promete novidades de lá com o ano novo, o que é (mais um) motivo para comemorar.