A ação se baseou em declarações nas quais o senador, nas redes sociais, teria acusado Arthur Lira de interferência na operação da Polícia Federal (PF) que tinha como alvo governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB)
O senador Renan Calheiros (MDB) virou réu em uma ação a partir de uma queixa-crime do presidente da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP). A juíza Ana Claudia Loiola de Morais Mendes, da 1ª Vara Criminal de Brasília, aceitou a queixa-crime nesta sexta (6), por crimes de calúnia, injúria e difamação feitas no Twitter. O senador tem prazo de 10 dias para apresentar uma resposta escrita.
“Analisando os autos e a peça inaugural, vislumbro os requisitos necessários para dar início à persecução penal em juízo. A queixa está em conformidade com o disposto no artigo 41 do Código de Processo Penal, e não se verificam presentes as hipóteses de rejeição, previstas no artigo 395 do mesmo diploma legal”, disse a magistrada em trecho da decisão.
A ação se baseou em declarações nas quais o senador, nas redes sociais, teria acusado Arthur Lira de interferência na operação da Polícia Federal (PF) que tinha como alvo governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), durante a campanha eleitoral.
A CNN entrou em contato com Renan Calheiros e aguarda manifestação.
Renan e Lira têm base política em Alagoas e estão em campos políticos opostos no estado. A eleição ao governo de Alagoas, no ano passado, acirrou a disputa entre ambos, quando apoiaram candidatos que disputaram o comando do executivo estadual.
Operação
Em outubro do ano passado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o afastamento do governador de Alagoas Paulo Dantas (MDB), que foi reeleito, apoiado por Renan Calheiros.
A Polícia Federal e o Ministério Público Federal investigavam um suposto desvio de R$ 54 milhões por meio de funcionários fantasmas na Assembleia Legislativa do estado. A Corte havia determinado o afastamento do cargo.
Dias depois, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso determinaram retorno de Paulo Dantas ao governo.