Relatório feito pelo Iphan traz detalhes sobre a destruição nas sedes dos Três Poderes. No entanto, ainda não se sabe o valor dos prejuízos
Metrópoles – Técnicos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) apresentaram nesta quinta-feira (12/1) um relatório preliminar com o levantamento dos danos causados às sedes dos Três Poderes durante os atos de terrorismo do último domingo (8/1). O documento foi entregue à ministra da Cultura, Margareth Menezes.
“Esse relatório ainda vai ser melhor apurado devido ao tamanho dos prejuízos. Isso acontecerá em três etapas até a finalização total da recuperação dos patrimônios”, explicou a ministra. Segundo a chefe da pasta, o trabalho deve durar alguns meses.
O relatório traz uma série de fotografias e detalhes sobre a ação dos criminosos no Congresso Nacional, Palácio do Planalto, Supremo Tribunal Federal e outros prédios que compõem o complexo da República. Além disso, apresenta propostas de ações de curto, médio e longo prazo para recuperação dos bens.
Ainda não se sabe, no entanto, o valor total dos prejuízos, nem o prazo para finalizar todas as reformas. Alguns órgãos, como a Câmara dos Deputados, já iniciaram reparos mais urgentes nos prédios e em bens atingidos. “À medida em que a gente ampliar o detalhamento do que foi destruído, a gente vai ter uma noção do custo disso tudo”, afirmou o presidente do Iphan, Leandro Grass.
O Ministério da Cultura criará uma comissão, presidida pela ex-presidente do Iphan Jurema de Sousa Machado, e que contará com a participação de diversos órgãos do poder Executivo, Legislativo, Judiciário e do Governo do Distrito Federal, como a Secretaria de Cultura. O objetivo da “força-tarefa” é coordenar as ações entre as pastas e ajudar a planejar as medidas de médio e longo prazo. “Quando a gente for aprofundando as necessidades, cada órgão vai arcando com seu papel, inclusive orçamentário”, pontuou Grass.
Os recursos para as reformas serão bancados pelos órgãos responsáveis pelo patrimônio. Além disso, o Iphan informou que pode haver a possibilidade de reunir doações para ajudar com as reformas.
Danos reparáveis
Durante conversa com a imprensa, Maurício Goulart, coordenador técnico da superintendência do Iphan no Distrito Federal, afirmou que a maioria dos danos identificados nos edifícios são reparáveis. “Troca de vidro, depredação de porta, arrombamento, danificaram os pisos, coisas que inclusive, já estão sendo recuperadas. A nossa leitura é que a maioria dos danos ao edifício é que são reparáveis”, afirmou.
Em relação aos bens móveis, como obras de arte, a recuperação será feita em duas etapas: de médio prazo, que demanda o mapeamento dos danos e a elaboração dos projetos para reforma; e de longo prazo, que abarca a execução dos projetos.
Durante os atos antidemocráticos, obras importantes, como o Relógio, de Balthazar Martinot, de valor inestimável; As Mulatas, de Di Cavalcanti, avaliada em R$ 8 milhões; e O Flautista, de Bruno Giorgi, de R$ 250 mil, foram alvo de vandalismo.