Havia expectativa de que ex-ministro e ex-secretário de Segurança Pública do DF seria ouvido nesta segunda-feira (23); ele ficou em silêncio durante primeira tentativa. Torres está preso e é investigado por omissão na contenção de atos terroristas.
G1 – O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes remarcou, para o dia 2 de fevereiro, o depoimento do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça Anderson Torres à Polícia Federal. O encontro deve ocorrer às 10h30.
Havia expectativa de que Torres seria ouvido nesta segunda-feira (23) já que, na semana passada, a corporação, a pedido da defesa do ex-gestor, solicitou a realização do depoimento nesta manhã. No entanto, a medida não foi autorizada por Moraes.
O ministro permitiu que a defesa de Torres tenha acesso às investigações e disse que a nova data pretende “garantir o tempo necessário à defesa de Anderson Gustavo Torres para análise dos autos antes do interrogatório”.
Torres está preso no 4º Batalhão da Polícia Militar, no Guará, e é investigado por suspeita de omissão na contenção dos atos terroristas cometidos por bolsonaristas radicais, em Brasília, no dia 8 de janeiro (relembre abaixo). Ele chefiava a Secretaria de Segurança Pública do DF à ocasião, mas nega as acusações.
Primeiro depoimento
Uma primeira tentativa de depoimento foi realizada na última quarta-feira (18), e uma equipe da PF foi até o local onde Torres está preso. No entanto, acompanhado dos advogados, ele ficou em silêncio.
A defesa do ex-secretário alegou que não teve acesso aos inquéritos nos quais Torres é investigado e que ele “esclarecerá sob tudo que lhe for perguntado tão logo a defesa tenha acesso aos autos”. Por isso, pediu a remarcação do depoimento para esta segunda. A solicitação foi corroborada pela PF.
Prisão
O ex-ministro foi preso em 14 de janeiro, por ordem de Alexandre de Moraes. Quando a prisão foi decretada, no dia 10 de janeiro, Anderson Torres estava de férias com a família nos Estados Unidos. Após a ordem, ele voltou ao país e foi detido no Aeroporto de Brasília.
Durante uma operação realizada pela Polícia Federal na casa do ex-ministro, foi encontrada uma minuta de um decreto para instaurar estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e mudar o resultado das eleições de 2022.
Anderson Torres afirma que recebeu o documento de populares e que pretendia descartá-lo.