Fábio Augusto Vieira está preso desde o dia 10 de janeiro por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes
Em audiência de custódia realizada no último dia 12, o ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, Fábio Augusto Vieira, afirmou que não houve, de sua parte, tentativa de facilitação aos atos criminosos que ocorreram nas sedes dos Três Poderes no dia 8 deste mês.
O homem está preso desde 10 de janeiro após determinação do ministro Alexandre de Moraes.
No depoimento, o Fábio disse que a permanência do acampamento contribuiu muito para o ocorrido no dia 8 e que por duas vezes tentaram fazer a desmobilização dos acampamentos, mas não obtiveram êxito por solicitação do próprio Exército.
“A PMDF chegou a mobilizar cerca de 500 policiais militares, mas o Exército entendeu que era melhor eles fazerem essa desmobilização utilizando seus próprios meios. A permanência do acampamento contribuiu muito para o ocorrido no dia 8”, afirmou.
Vieira continuou: “A PM-DF tomou conhecimento de toda manifestação ou evento por uma reunião na Secretaria de Segurança Pública, pela Subsecretaria de Operações Integradas. Comandante-Geral não participa dessas reuniões e tampouco do planejamento”, disse.
O ex-comandante lembrou ainda a prisão do líder indígena José Acácio Serere Xavante pela suposta prática de condutas ilícitas em atos antidemocráticos.
“A PM-DF não sabia da execução dessa prisão, e tão logo teve conhecimento, se deslocou para o local para de imediato assumir a operação para que pudesse inicialmente restabelecer a ordem pública no local e preservar vidas, para depois efetuar as prisões”, disse.
O ex-comandante disse também que comparece nas operações em momento de crise como particularidade própria, mas que deve estar apenas numa sala de gestão estratégica, uma sala de crise.
Além disso, contou que recebeu informações do Departamento de Operações que havia uma informação de inteligência das diversas agências, que os ânimos dos manifestantes seriam pacíficos.
“O Departamento de Operações informou que a situação estava OK, que o efetivo empregado era o necessário de acordo com as informações de inteligência que eles tinham. A inteligência informou que o chamado do movimento era grande mas não havia muita adesão”, afirmou.
De acordo com Vieira, dias antes da manifestação, haviam dito que iriam empregar 440 homens no dia 8, mas que sugeriu que eles aumentassem esse quantitativo.
“Que não sabe quantos homens haviam antes do confronto, mas após o confronto já estavam trabalhando cerca de 2.600 policias militares que fizeram o restabelecimento da ordem e a desocupação dos prédios”, afirmou em parte do depoimento.
Vieira disse ainda que reparou nessas manifestações o efetivo da Policia Legislativa fica no gramado central atrás da barreira da PM-DF, mas dessa vez não havia.