Mesmo com risco de recessão no radar, reabertura da China e perspectiva de que juros não vão ficar em patamares altos animaram investidores pelo mundo
CNN – Janeiro de 2023 chegou ao fim e ficou marcado como um dos melhores começos de ano para os investimentos de renda variável. As principais bolsas do mundo e as criptomoedas acumularam forte valorização, enquanto o dólar perdeu força no mundo, mostrando grande apetite ao risco dos investidores.
Mesmo com o risco de recessão no radar, os investidores pegaram carona com a reabertura da China e a perspectiva de que os juros não vão ficar em patamares altos por muito tempo.
“A reabertura exporta crescimento para o resto do mundo e aumenta a possibilidade de um soft landig (pouso leve) da economia americana”, afirma a economista-chefe da Galapagos Capital, Tatiana Pinheiro.
Entre as maiores valorizações de janeiro, o Bitcoin subiu mais de 40%, o melhor para o mês em 10 anos. A Nasdaq, bolsa das empresas de tecnologia, subiu mais de 10%, o melhor janeiro em 22 anos. Já na Ásia, o Hang Seng também disparou mais de 10%.
Ibovespa e dólar
Apesar da valorização de 3,37% do Ibovespa em janeiro, o desempenho da bolsa brasileira ficou aquém das principais bolsas internacionais. O forte fluxo comprador estrangeiro até tentou impulsionar o índice, mas o pessimismo do investidor local não deixou.
Segundo dados da B3, o saldo é positivo em R$ 10,899 bilhões até o dia 27 de mês. “Os estrangeiros estão mais otimistas, querendo tomar risco. O investidor doméstico está com o pé atrás. O governo está começando e tem incertezas”, afirma a economista-chefe da Galapagos.
Mas se os estrangeiros não conseguiram fazer muito preço na Bolsa, no mercado e câmbio foi o oposto. O fluxo foi tão forte no mês, que o real performou melhor do que o índice DXY, que mede a força do dólar contra uma cesta de moedas de países desenvolvidos.
Para Tatiana, os estrangeiros estão mais empolgados com o Brasil, pois o país é um dos maiores beneficiados pela China e está em condições melhores do que os outros emergentes. “A reabertura resvala muito no Brasil, porque ela é positiva para as commodities e nós somos uns dos principais exportadores”, explica ela.