À CNN, Flávio Dino comentou as investigações a respeito dos ataques criminosos aos Três Poderes
Em entrevista à CNN nesta quarta (8), o ministro da Justiça, Flávio Dino, comentou sobre os ataques golpistas de 8 de janeiro, que completam um mês hoje. Segundo ele, os atos deixam “um legado de tentativa de ruptura da ordem democrática” no Brasil.
“Houve falhas e ausência das forças policiais que detêm a competência do policiamento ostensivo na Esplanada. E isto resultou em portas abertas para que os vândalos pudessem realizar seus intentos destrutivos”, disse.
Durante a conversa, Dino defendeu a criação de uma Guarda Nacional responsável pela proteção das áreas cívicas na capital federal.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de Ibaneis Rocha (MDB) retornar ao governo do Distrito Federal, Dino apontou que apesar de a hipótese ser “cabível e possível”, a decisão cabe ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A respeito da possibilidade de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ser instaurada para apurar os atos de 8 de janeiro, o ministro avaliou que uma CPI pouco ajudaria nesse contexto.
“Por que gastar tamanha energia cívica, tempo e dinheiro em uma investigação que já está acontecendo?”, questionou Dino.
Minuta golpista
Ao falar sobre a minuta golpista encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, Dino ressaltou: “Se um dia alguém cogitar me entregar um papel com o planejamento de crime, não me entregue, porque será preso imediatamente”.
Na avaliação do ministro, o documento encontrado na casa de Torres, “é um elo de uma cadeia cujos fatos estão sendo revelados, como, por exemplo, a inusitada reunião entre agentes políticos para grampear um ministro do STF”.
Dino se referia aos áudios obtidos pelo portal Brazilian Report, nos quais o hacker Water Delgatti Neto disse ter tentado clonar o telefone do ministro Alexandre de Moraes.
Yanomamis
Sobre a situação nas terras Yanomami em Roraima, Dino afirmou que o Ministério da Justiça busca desocupar os territórios indígenas em conjunto com as investigações coordenadas pela Polícia Federal (PF).
“As pessoas que financiam [o garimpo nas terras Yanomami] estão sendo identificadas e serão chamadas pelo Poder Judiciário para prestar contas em relação aos crimes cometidos”, completou.
Abaixo você confere a entrevista completa: