Reunião será na Casa Branca, em Washington, e terá como pauta três temas centrais: meio ambiente, direitos humanos e democracia. Itamaraty diz que encontro representa ‘reset’ na relação entre os países.
Nesta quinta (9), o presidente Lula (PT) embarca para Washington, nos Estados Unidos, para se encontrar com o presidente norte-americano, Joe Biden. O encontro será na Casa Branca, sede do poder Executivo do país, e a previsão é que a reunião aconteça a tarde.
“Bom dia. Hoje embarco aos EUA, onde me reunirei com o presidente Joe Biden na Casa Branca. Queremos construir relações de parceria e crescimento entre nossos países, pelo desenvolvimento da nossa região, debater ações pela paz no mundo e contra as fake news”, escreveu Lula em uma rede social.
A viagem carrega simbolismos e é vista com expectativa pelo entorno do dois presidentes. Isso porque:
- Lula e Biden derrotaram nas urnas adversários que acenavam com a extrema-direita, Jair Bolsonaro e Donald Trump;
- e ambos assumiram os cargos em um cenário de denúncias infundadas de fraude eleitoral que levaram a ataques contra sedes dos três Poderes em Brasília, em 8 de janeiro, e contra o Capitólio, em 6 de janeiro de 2021.
Após a vitória de Lula nas eleições de outubro, os dois já se falaram duas vezes ao telefone: quando o petista foi declarado como vencedor das eleições e um dia após os ataques golpistas de 8 de janeiro.
Os EUA são o terceiro país visitado por Lula desde que tomou posse, em 1º de janeiro — ele já foi a Buenos Aires, na Argentina, e a Montevidéu, no Uruguai.
Lula também tem a previsão de viajar nos próximos meses para China e Portugal. As datas ainda não foram confirmadas.
‘Reset’ nas relações
O Ministério das Relações Exteriores, em um briefing à imprensa na terça (7), disse que o encontro representa um “reset [recomeço]” na relação de Biden com o Brasil que, segundo a pasta, estava em “banho-maria”.
Temas abordados
A pauta dos dois líderes terá três temas centrais:
▶️ Meio Ambiente: de acordo com secretário das Américas do Itamaraty, embaixador Michel Arslanian Neto, o Brasil já sinalizou um “impulso especial” na questão durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-27) em novembro . Agora, Lula e Biden devem unir os esforços para engajar outros países.
Michel Arslanian Neto também afirmou que os dois presidentes deverão discutir uma cooperação para o desenvolvimento da transição energética – a passagem da matriz energética focada nos combustíveis fósseis para a eólica e a de hidrogênio.
▶️ Direitos humanos: há interesse dos dois países em impulsionar agenda, como o foco no desenvolvimento de uma política para povos indígenas.
O combate à fome e à pobreza também vão integrar a discussão. O embaixador lembrou que o Brasil assumirá no dia 1º de dezembro deste ano a presidência rotativa do G20 e que, dessa forma, deverá colocar o tema “no centro do debate econômico mundial”.
▶️ Democracia: Michel Arslanian Neto afirmou que Brasil e EUA devem enviar uma “mensagem de forte apoio” aos processos políticos democráticos, “com o uso adequado das redes sociais e o combate ao extremismo”.
Quem vai acompanhar Lula?
A primeira-dama, Janja da Silva, vai acompanhar o presidente Lula.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a do Meio Ambiente, Marina Silva, informaram que devem integrar a comitiva brasileira. A ministra de Igualdade Racial, Anielle Franco, também viaja.
Grandes expectativas para esse recomeço