Bloco formado por PL, PP, Republicanos e Novo já ficou de fora da nova Mesa Diretora do Senado e agora há quem defenda que também fique sem a presidência de um colegiado
O presidente recém reeleito do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), tem imposto dificuldades para o PL nos comandos das comissões da Casa, que estão em fase de articulações políticas. Aliados, no entanto, têm citado os riscos da eventual exclusão do partido.
O PL capitaneou a candidatura do senador Rogério Marinho (PL-RN) à presidência do Senado com o apoio de parlamentares mais ligados ao ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) e foi derrotado pelo grupo político favorável a Pacheco na disputa.
O bloco formado por PL, PP, Republicanos e Novo já ficou de fora da nova Mesa Diretora do Senado e agora há quem defenda que também fique sem a presidência de um colegiado.
O presidente do Senado deve se reunir com colegas da base do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para discutir o assunto e uma definição pode sair apenas após o carnaval.
Há quem defenda que os partidos do bloco devem ficar com o comando de alguma comissão, até como forma de aceno de Lula aos senadores de oposição nesse início de governo. Isso porque o próprio Planalto precisará do maior apoio possível de senadores ao longo dos anos para aprovar matérias de seu interesse no Senado.
Lembram, ainda, que há o risco de haver retaliações dos bolsonaristas no futuro, caso algum político menosprezado hoje vire presidente do Senado na próxima eleição interna. Portanto, o risco de se criar um precedente.
Normalmente, a escolha das presidências das comissões costuma seguir critérios que envolvem o tamanho das bancadas dos partidos e blocos. É a chamada proporionalidade.
As siglas com maiores bancadas, em geral, ficam com as comissões mais importantes e requisitadas. O presidente de um colegiado tem que ser eleito pelos pares, mas isso é costumeiramente já pré-acordado entre os participantes.
O receio do PL é que a proporcionalidade não seja seguida e que o partido ou próprio bloco acabem ficando de lado nos principais postos de comando da Casa. Se isso acontecer, fica mais difícil de emplacarem temas e defenderem pautas do bloco, por exemplo.
Integrantes do PL argumentam que o fim da proporcionalidade é ruim não só para eles próprios, como também para a Casa de modo geral, por gerar uma instabilidade em negociações e perspectivas de acordos.
Pelo perfil do bloco e a identidade de vários senadores que o integra, as comissões de Infraestrutura e Agricultura devem ser as mais visadas pelos parlamentares que se opõem a Pacheco e Lula.
Se seguida a proporcionalidade, o bloco PL, PP, Republicanos e Novo deve ter direito à quarta escolha entre os partidos pelas comissões para baixo, no máximo, por exemplo.