Acerto com o Incra previa desapropriação para assentamentos na Bahia, onde áreas produtivas da empresa foram alvo do MST
Estadão | A Suzano, empresa brasileira que lidera o ranking mundial de produção de celulose de eucalipto, cobra do governo federal o cumprimento de um acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) firmado em 2015 para o assentamento de famílias no sul da Bahia.
O acerto previa a desapropriação de 4 mil hectares da Suzano para assentamento dos sem terra. A empresa se comprometeu com o dinheiro da desapropriação a adquirir outros 2,8 mil hectares que seriam cedidos aos movimentos sociais para novos assentamentos.
De acordo com o presidente da Suzano, Walter Schalka, os 4 mil hectares foram entregues, as famílias foram assentadas, mas o Incra nunca fez a desapropriação combinada. No último dia 27, o Movimento dos Sem Terra (MST) invadiu três fazendas produtivas da empresa na região. A Justiça deu liminar em ações de reintegração de posse despejando os invasores.
Na quarta-feira passada, em reunião com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, Incra e MST, a Suzano cobrou do governo federal o cumprimento do acordo. “Nossa posição foi clara: implementem as condições acertadas em 2015 que nós estamos prontos para prosseguir. É uma negociação que começou lá atrás e estamos dispostos a continuar”, disse Schalka. A condição seria o pagamento pelo Incra pelos 4 mil hectares entregues ao MST. O valor atual das terras beira os R$ 50 milhões.