Em depoimento à CPI distrital dos Atos Antidemocráticos, Eduardo Naime disse que averiguação próxima ao Alvorada foi impedida pelo GSI
O Antagonista | O coronel Jorge Eduardo Naime Barreto (foto), que comandava as operações da Polícia Militar do Distrito Federal no dia 8 de Janeiro, disse que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), vinculado à Presidência da República, impediu a atuação da PM em um acampamento bolsonarista montado na porta do Palácio da Alvorada, às vésperas da posse de Lula.
Em depoimento à CPI dos atos antidemocráticos, na Câmara Legislativa de Brasília, o ex-chefe de operações da PM disse que o entrevero ocorreu após as idas de Bolsonaro ao gramado do Palácio. A presença do coronel no local teria sido motivada por reclamações de delegações estrangeiras que estavam aguardando a posse em hotéis vizinhos.
“Eu estava em uma reunião e fui lá para ver o que que estava acontecendo, se precisava colocar policiamento e se havia algum risco”, disse. “Fui acessar a área onde toda a população estava acessando. Devidamente fardado, em viatura caracterizada, com um patrulheiro do meu lado.”
Quando chegou ao local —área de segurança do GDF—, Naime teria sido abordado por cerca de 15 homens do GSI e do Exército, comandados por um certo capitão Roma. Sua entrada foi proibida por um soldado federal. “Um sargento começou a falar comigo de uma forma totalmente fora do conceito militar, me apontando o dedo na minha cara e mandando eu sair”. Sob xingamentos de bolsonaristas, o policial diz ter sido colocado para fora da área.